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Estado de Minas

DEM derrete também em Minas

Bancada estadual defende mudanças na direção da legenda depois de o deputado federal João Bittar ter ocupado a presidência na vaga deixada por Melles para assumir secretaria


postado em 27/04/2011 06:00 / atualizado em 27/04/2011 07:52


Minas Gerais não escapou da crise nacional que sangra os democratas e deixa a legenda ainda mais fragilizada do que após as eleições de 2010. Com as eleições nos diretórios agendadas para agosto, os democratas mineiros estão rachados. O deputado estadual Gustavo Corrêa (DEM) chega a considerar a hipótese de deixar a legenda. De um lado, o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, que se licenciou da presidência para dar lugar ao aliado deputado federal João Bittar. De outro, o deputado federal Marcos Montes e a bancada estadual querem mudanças na direção da legenda. A insatisfação aumenta diante da possibilidade de, em agosto, Melles vir a se licenciar da secretaria para voltar a concorrer à presidência do partido no estado e, depois de eleito, entregá-la outra vez ao vice, João Bittar.

Na gravação do programa do partido, que vai ao ar na segunda-feira, as diferenças voltaram a aflorar. Em embate frontal com Melles, o deputado estadual Gustavo Valadares recusou-se a gravar depois de bater boca com o secretário e presidente licenciado. “Deixe-o aparecer mais vezes”, disse Valadares, que questiona a forma como Melles conduz o partido em Minas. “São atitudes individualistas, que não consideram as bancadas. A crise existe. Só ele não a enxerga”, desabafa Gustavo Valadares.

De fato, para Melles, a crise no seio dos democratas passa longe do estado. “Temos aqui o melhor DEM do Brasil, com as melhores expressões. Temos cinco federais, uma bancada que teve quase 900 mil votos. Temos duas secretarias importantes no governo do estado. Há uma especulação em todo ambiente político-partidário”, desconversa o secretário.

Vai ao ar na segunda-feira o programa partidário em que o DEM mineiro procurará demonstrar a sua participação no governo do estado e nas políticas implementadas. Com trilha sonora de Beto Guedes ao fundo, um locutor explicará que 1 1 é mais do que 2. Os deputados federais Lael Varella, João Bittar, Jairo Ataíde e o próprio Melles, além dos estaduais Jairo Lessa, Gustavo Corrêa e o secretário de Estado da Agricultura, Elmiro Nascimento, vão se revezar procurando demonstrar sua participação nos resultados do estado. Cada depoimento será pontuado pela máxima “somos pelo desenvolvimento”.

Varella falará do Hospital do Câncer de Muriaé, considerando-o o maior hospital da América Latina, feito “com integral apoio do governo de Minas”. Na sequência, Elmiro Nascimento dirá que a agropecuária mineira bateu recordes. Melles dirá que “os desafios são muitos, mas Minas é maior”. Afirmará que, no governo Aécio Neves, o pró-acesso foi a marca do desenvolvimento e, no governo Anastasia, o Caminhos de Minas levará asfalto a todos os rincões. Enquanto João Bittar e Doutor Vianna falarão da educação, Jairo Lessa insistirá na indústria. Gustavo Corrêa versará sobre as obras da Copa do Mundo e Jairo Ataíde sobre o desenvolvimento do Norte e do Nordeste para a integração do estado.

A recusa de Gustavo Valadares em gravar expõe as mazelas da legenda. Na bancada federal, Marcos Montes faz coro com Valadares. “Há crise forte no partido. As ações equivocadas de Melles em relação à nomeação do vice-presidente, à revelia de todos, agravaram um clima que já não era bom”, considera Montes. Ele refere-se ao fato de Bittar ter sido nomeado por Melles, quando este assumiu a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, cargo incompatível com o exercício da presidência de partidos. “Marcos Montes é secretário nacional do partido, Vítor Penido é membro nacional da Executiva. O único que não tinha cargo na nacional era João Bittar. Por isso o nomeei”, diz Melles.

O argumento não convence os insurretos. “A insatisfação é total. Melles foi indicado secretário pelo partido. Se não podia permanecer na presidência, deveria ter chamado o grupo para que fosse escolhido um novo nome”, rebate Montes. A crise se agrava diante da estratégia de Melles de voltar a concorrer em agosto para se licenciar em seguida. “Melles vai naturalmente ser candidato à reeleição à presidência. Serei o vice da chapa. Mas neste momento eu presido o partido”, afirma João Bittar. Na mesma linha de argumentação de Melles, para Bittar, não há crise. “Todo partido tem um ou outro insatisfeito. Mas crise não”, afirma.


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