Jornal Estado de Minas

Deputado Dilzon Melo nega envolvimento em fraudes de licitações

Luisa Brasil
O deputado estadual Dilzon Melo (PTB) negou, nesta quarta-feira, que tenha qualquer envolvimento com a suposta quadrilha desmembrada pela Polícia Federal na operação Convite Certo, deflagrada nesta manhã para coibir a ação de uma suposta quadrilha que fraudava licitações em prefeituras do interior de Minas.
Durante a operação, dois funcionários do gabinete do deputado foram presos, junto com outras seis pessoas. O primeiro, Eugênio Figueiredo Miranda, era motorista do gabinete do deputado em Belo Horizonte. O segundo, Marco Antônio Reis, era um assessor auxiliar que trabalhava na cidade de Varginha, base eleitoral do deputado. Eles atuavam como mediadores entre as prefeituras e os escritórios de advocacia contratados em licitações fraudulentas para a prestação de serviços de consultoria jurídica.

O deputado afirmou que não tinha conhecimento de qualquer ação ilícita praticada por seus funcionários e que deseja contribuir com o trabalho da Polícia Federal. ''Se for apurada a culpa a eles serão imediatamente demitidos para que sirva de exemplo'', afirmou. Melo disse que deseja contribuir com as investigações da Polícia Federal. Na tarde desta quarta-feira, o delegado que comandou a operação confirmou que não há evidências de envolvimento do deputado em fraudes.

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Melo admitiu que o dinheiro apreendido durante o cumprimento do mandado de busca em seu gabinete, no montante de R$ 70 mil, era seu. Ele disse que o valor faz parte das movimentações diárias que ele faz devido a seus negócios. ''Essa importância estava no meu cofre particular, as minhas muitas atividades comportam a movimentacao desse valor. nao se trata de fraude ou conluio'.

Nesta quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou a operação Convite Certo, para acabar com um suposto esquema de favorecimento em prefeituras de cidades do interior de Minas. De acordo com as investigações, agentes públicos produziam licitações fraudulentas para a contratação de serviços de consultoria jurídica. Os resultados favoreciam dois escritórios de advocacia que agiam dentro da quadrilha.

Entre os presos, também estão advogados e procuradores de municípios. A Polícia Federal não quis divulgar o nome dos escritórios envolvidos no esquema. Segundo a PF, os oito mandados de prisão e dezenove mandados de busca e apreensão e duas conduções coercitivas foram cumpridos em Alfenas, Boa Esperança, Campanha, Campos Gerais, Coqueiral, Carmo do Paranaíba, Dores do Indaiá, Nepomuceno e Três Pontas. De acordo com a PF, as investigações começaram há seis meses, mas é provável que o grupo estivesse agindo há um ano.

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