O julgamento que apura o envolvimento do ex-procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, e da promotora, Deborah Guerner, em esquemas de corrupção deflagrados pela Operação Caixa de Pandora, teve início às 9h desta quarta-feira no Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM). Esta é a primeira ocasião em que Deborah poderá se defender pessoalmente perante os conselheiros.
Ao sair do plenário onde ocorre a sessão do CNPM, Deborah Guerner teve uma crise de nervos e discutiu com o advogado, Rogério Martins, e o marido, Jorge Guerner, que tentavam contê-la. Aos gritos, ela disse estar sendo perseguida. "Por que há denúncias contra mim e nada contra os mensaleiros do DEM?", questionou. O relator do caso, Luiz Moreira, lia o relatório quando, do lado de fora, ouviam-se os gritos de de Guerner.
A promotora foi aconselhada pelo advogado e o marido a deixar o prédio do CNPM, mas, a princípio, se recusou. Minutos depois, ela foi atendida pelos brigadistas do CNPM e deixou as dependências do Conselho, no Lago Sul. Deborah chegou a gritar com o marido, questionando se os colegas teriam coragem de condená-la. "Quero ver se eles vao acreditar nos dois bandidos, Arruda e Durval, ou em mim, que sou promotora", disse. Na tentativa de acalmá-la, um funcionário do CNPM deu um copo com água à promotora que, desconfiada, perguntou: "O que você colocou nessa água?".