Fracassou a tentativa do atual prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa (PSDB), de transferir para a Associação Social e Esportiva Sada, responsável pelo time de volêi da cidade, o Ginásio Esportivo Ricardo Medioli, no Bairro Teresópolis, na periferia da cidade. Os 17 vereadores não chegaram a consenso e, sem acordo, engavetaram o polêmico projeto de lei. Encaminhado pelo Executivo faltando 34 dias para o fim do mandato, a proposta não foi incluída na pauta da última reunião plenária do ano. Na segunda-feira, os parlamentares aprovaram três projetos de lei: a cessão da atual sede da Câmara Municipal para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a renovação dos contratos temporários dos guardas municipais e a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 5 milhões para o pagamento de despesas com pessoal.
O projeto de lei foi encaminhado em regime de urgência, o que o fez entrar direto na pauta sem passar por nenhuma das comissões. O vereador Alex Amaral (PDT), vice-prefeito eleito de Betim, conseguiu esvaziar o plenário para que a proposta não fosse apreciada de imediato.
Na segunda, o vereador Eutair dos Santos (PT) confirmou que não houve acordo para a votação do projeto. “Se o Sada sair de Betim não será por falta de condições”, disse. O próximo governo vai manter toda a estrutura que o time utiliza há dois anos, desde que começou a treinar na cidade. O que inclui, segundo o vereador Amaral, treinos e jogos nos dois ginásios da cidade – o Ricardo Medioli e o Divino Braga, no Centro da cidade –, além de espaço no Clube Teuto. “Não podemos é doar um espaço público para uma empresa privada. Temos projetos para o ginásio e para a comunidade carente daquela região”, reforça o vereador.
Em nota encaminhada à redação logo que o projeto foi apresentado na Câmara, a prefeitura alegou que o ginásio foi construído por meio de uma parceria com a empresa Sada Transportes, que investiu cerca de R$ 1 milhão nas obras. “A Prefeitura de Betim e a Associação Social e Esportiva Sada firmaram uma permissão de uso especial, com o objetivo de não atrapalhar a continuidade da equipe profissional de vôlei Sada/Betim que necessita do espaço para treinamentos e jogos oficiais”, diz a nota.
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ANÁLISE DA NOTÍCIA
Efetuar a transferência ou cessão de patrimônio público entre órgãos ou para empresas privadas em fim de mandato é uma atitude condenável e leva a crer que tem a intenção apenas de prejudicar o sucessor. Ainda que negociada anteriormente, nenhuma medida desse tipo pode ser tomada às vésperas de uma troca de governo sem ganhar a conotação de represália pela derrota nas urnas. A cidade, a população devem estar acima de disputas políticas ou pessoais. (Marcílio de Morais)
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