O prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), e sua equipe de transição passam o fim de semana em intensas negociações para concluir a formatação dos principais cargos do Executivo, que serão anunciados na segunda-feira. Praticamente todas as vagas estão definidas, mas o socialista admite que algumas pendências, além das administrações regionais, podem deixar alguns anúncios para depois. Na sexta-feira, foram discutidos os últimos acertos para a Secretaria de Planejamento, que continuará com o PT.
Até agora, Lacerda anunciou os nomes do empresário Josué Costa Valadão, que assume a Secretaria de Governo, e do secretário de Relações Institucionais, Mário Assad (PSB), que continua no cargo. Uma das indefinições era a pasta de Planejamento, para a qual chegou a se cogitar uma indicação do PSDB, já que a idéia seria introduzir conceitos da gestão no governo do estado. Venceu, no entanto, o PT, que continuará à frente da pasta com o atual secretário de Saúde, Helvécio Magalhães. A dificuldade ocorreu porque ele também foi convidado para assumir um cargo no Ministério da Saúde, mas, no último sábado, Magalhães aceitou o convite de Márcio Lacerda para compor o núcleo da PBH. Helvécio se reuniu sexta-feira com representantes do PT na equipe de transição para acertar os últimos detalhes. Entre os acertos, foi colocado que, além de gerir o Orçamento Participativo, a pasta vai cuidar do consórcio metropolitano, atuando com a agência de desenvolvimento da região metropolitana de BH.
No lugar dele, assume a área da saúde Marcelo Teixeira, que foi secretário do governo Aécio Neves (PSDB). Ainda no núcleo central da PBH está sendo acertada outra mudança. O secretário de Políticas Sociais, Jorge Nahas, que até então permaneceria com a pasta atual, deve ser deslocado para a Educação. A alteração ocorreria a pedido dos petistas, que consideram a área essencial e seria uma compensação pelo fato de o partido ter perdido o comando da saúde. Na Secretaria de Finanças, continua o técnico José Afonso Bicalho, ligado ao PT.
Da cota do PT, fica no cargo o secretário de Políticas Urbanas, Murilo Valadares, porém, sem os superpoderes que acumulava até então. A Secretaria de Meio Ambiente será desvinculada de sua pasta e passará ao comando do PV, podendo ficar com o atual vice-prefeito, Ronaldo Vasconcellos. Outras entidades vinculadas à secretaria também ganham autonomia e serão entregues ao PSDB. Para a BHTrans, foi acertado o nome do gerente do programa de infra-estrutura do governo estadual (Pró-acesso), Ramon Victor Cesar, que já trabalhou com Lacerda, e para a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) foi definida a indicação de um engenheiro pelo PSDB. Permanece na Procuradoria-Geral do Município Marco Antônio Rezende.
Segundo interlocutores do prefeito, haveria algumas definições também em termos de estrutura administrativa com vistas a enxugar a máquina. Uma delas seria o fim de cerca de 300 cargos de assessores na PBH e outra em estudo seria o fim de um ou dois cargos de secretário adjunto em cada uma das nove regionais da prefeitura.