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Estado de Minas

Prisão de Marcos Valério incomoda o governo

Permanência do empresário em penitenciária em São Paulo deixa o palácio desconfortável e na torcida pela sua libertação na terça-feira, com julgamento de habeas corpus no TRF


postado em 14/12/2008 10:57 / atualizado em 08/01/2010 03:56

Sidney Lopes/EM/D.A Press - 10/10/08
Marcos Valério: advogados esperam que o empresário passe as festas natalinas em casa. Mas previsão é de que continue na penitenciária
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Brasília – Está nas mãos do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, o destino do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e, de seu sócio Rogério Tolentino. Os dois podem ser soltos na terça-feira, quando a corte julga mais um habeas corpus para libertá-los da prisão, onde estão desde o início de outubro, depois da realização da Operação Avalanche. Marcos Valério experimenta seu maior temor, que é a prisão. E isso está refletindo no Palácio do Planalto, que também se preocupa com o rumo que o caso do empresário poderá tomar. Se não sair até a próxima semana da Penitenciária de Tremembé (SP), onde está atualmente, ele terá que esperar por uma decisão judicial só no próximo ano.

O Palácio do Planalto já recebeu sinalizações de que Marcos Valério está insatisfeito na prisão. A amigos, ele confessou que essa era uma de suas preocupações, uma experiência que não havia tido nem durante as investigações do mensalão. Na época, a Polícia Federal chegou a pedir sua prisão, negada pela Justiça. O empresário acabou detido na Operação Avalanche, acusado de espionagem em favor de uma cervejaria. A expectativa era de que Marcos Valério permanecesse cinco dias na cadeia, mas a PF estendeu o prazo, pedindo a prisão preventiva, que dura até hoje.

Na Penitenciária de Tremembé, a 164 quilômetros de São Paulo, Marcos Valério e seu sócio têm se comportado como presos comuns. “Ele está preocupado e se considerando injustiçado”, afirma o advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério desde o mensalão. “Mas é um preso como qualquer outro do sistema”, acrescenta. Outros advogados que trabalham na defesa estranham o fato de a Justiça paulista insistir tanto em manter o empresário na cadeia.

RECESSO Ele teme passar os festejos de fim de ano na penitenciária, e isso poderá acontecer dependendo da decisão judicial. Na terça-feira, o TRF realiza sua última sessão ordinária antes do recesso forense. A defesa de Marcos Valério tenta mais um recurso para libertá-lo. Outros dois, no Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) foram rejeitados. No primeiro caso, uma liminar impetrada por Marcelo Leonardo foi rejeitada pelos ministros do STF.

“Eles usaram a súmula que indefere a liminar se não houve julgamento em primeira instância”, explica o advogado, que usou como argumento as decisões dadas em favor de Flávio Maluf e o banqueiro Edemar Cid Ferreira, do Banco Santos, que ganharam habeas corpus em outras ocasiões. A última tentativa será no TRF, que aguarda o pronunciamento do Ministério Público Federal em São Paulo. Procuradores devem incluir no rol de testemunhas delegados e policiais que participaram da Operação Avalanche.

A preocupação em alguns setores do governo é que a situação só depende do Judiciário, que pode manter a prisão de Marcos Valério. Logo ele, um antigo operador político, mas que sempre se manteve calado, mesmo diante de pressões em comissões parlamentares de inquéritos (CPIs), no Congresso.


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