O Dia Mundial de Combate à Corrupção serve, pelo menos, à reflexão. Porque ela só vai acabar quando a impunidade não for mais a regra para os poderosos
que atacam o erário.
Pouco provável
Apesar de o Bloquinho ter marcado reunião para decidir se lança candidato à presidência da Câmara dos Deputados, é pouco provável que os partidos que o integram (PDT-PMN-PRB-PSB-PCdoB) fiquem de fora do acordo em torno da candidatura de Michel Temer (PMDB-SP). Em jantar na casa do deputado Fernando Coelho, 19 socialistas sinalizaram apoio a Temer. No PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e Miro Teixeira (RJ) também trabalham pelo peemedebista. Resta o PCdoB, que insiste em lançar Aldo Rebelo (SP).
Quem decide
Vice-presidente da Câmara, o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG) é um dos mais ferrenhos defensores das prévias no partido para a escolha do candidato à sucessão de Lula em 2010. Nárcio defende um processo que obrigue todos os pré-candidatos a irem a todos os estados e rechaça a possibilidade de o PSDB repetir a fórmula de 2006, quando os caciques do partido decidiram pela candidatura de Geraldo Alckmin sem consulta às bases: “Naquela época, o tucanato decidiu. Agora chegou a hora de deixar a tucanada decidir”.
Filiação em massa
Ninguém espera que o comando nacional do PT vá punir algum mineiro na discussão sobre as filiações em massa ao partido no estado. Mas é certo que a Executiva vai se posicionar diante da tática usada por alguns petistas. É que Belo Horizonte e Recife não são os únicos casos. Para se ter uma idéia, em Uberlândia, o número de filiados subiu de 1 mil para 5 mil em pouco tempo. Há casos inquestionáveis, como um único endereço com nada menos que 96 filiações.
Tudo combinado
O PSDB e o DEM já se acertaram com o deputado Michel Temer (PMDB-SP), que disputa a presidência da Câmara. O anúncio pode ser feito ainda esta semana. Os partidos de oposição estavam apenas esperando o PT tomar posição, o que ocorreu na semana passada. No PV, que já tinha anunciado o apoio a Temer, a novidade é que o peemedebista contará também com o voto de Fernando Gabeira (PV-RJ). Ele nega que teria prometido o voto a Osmar Serraglio (PMDB-PR).
Contra o texto
Os tucanos fazem questão de avisar, apesar da clara oposição do governador de São Paulo, José Serra (PSDB): não são contra a reforma tributária, combatem apenas o texto do relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO). O que mais irrita a oposição é que o projeto violenta os estados. E quer que o governo federal também divida a conta. Dois itens são essenciais. A proposta só será votada se incluir fundos de compensação para as perdas dos estados e para a Lei Kandir.
Baptista Chagas de Almeida é editor de Política do jornal Estado de Minas