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Estado de Minas

Aprovação recorde e a sucessão de 2010

Ele usou o sinônimo popular para diarréia e corou até os próprios auxiliares, que suprimiram a expressão na transcrição do discurso no site oficial da Presidência da República


postado em 06/12/2008 09:28 / atualizado em 08/01/2010 03:59

“É a economia, estúpido!” Deve ser porque a frase é de James Carville, que fez o marketing da campanha à reeleição do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, e depois assessorou Fernando Henrique Cardoso em uma campanha no Brasil. O fato é que, até agora, a crise internacional ainda não foi capaz de abalar a popularidade do presidente Lula. Pelo contrário, ela continua batendo recordes, embora seja expressivo o número de entrevistados que disseram não ter conhecimento da crise, apesar do massacre de informações que a mídia faz com o assunto. Lula continua navegando em alta aprovação, o que talvez explique a língua solta, como o vocabulário chulo usado para fazer análise dos problemas atuais. Ele usou o sinônimo popular para diarréia e corou até os próprios auxiliares, que suprimiram a expressão na transcrição do discurso no site oficial da Presidência da República.

Os números do instituto Datafolha são, não há como negar, impressionantes. O governo é considerado ótimo ou bom por 70% dos entrevistados em todo o país. No Nordeste, chega a 81%, um índice astronômico, mesmo com Bolsa-Família e tudo. Outros 23% consideram a gestão de Lula regular e apenas 7% a classificam como ruim ou péssima. É cedo ainda para avaliar se os números vão resistir à crise, ao desemprego que ela deve provocar e à retração do crescimento econômico. Se o pânico passar e os arautos da tragédia estiverem errados, contudo, podem persistir.

Difícil é saber se Lula terá o poder, em 2010, de transferir o seu prestígio ao seu candidato – ou candidata, é claro – em sua sucessão. As eleições municipais deste ano mostraram que nem sempre isso acontece. Em cidades onde o presidente entrou de sola, com companheiros na disputa plenamente identificados com ele, não houve a transferência. Ao contrário, algumas derrotas foram acachapantes. Já no PSDB, a alta popularidade de Lula pode favorecer o discurso do governador Aécio Neves, que não é anti-Lula como seu adversário José Serra.

Pulga na orelha

A presença da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), dias atrás, no plenário da Câmara dos Deputados, deixou alguns parlamentares com a pulga atrás da orelha. É que ela fazia questão de garantir a todos que o pai, José Sarney (PMDB-AP), não é candidato à presidência do Senado. Alguns deputados mais escolados logo suspeitaram. É que, dizem, quanto mais Sarney insiste que não vai disputar, mais a sua candidatura está lançada. Desde, é claro, que seja por consenso.

Fazer água

Pela primeira vez, a Volta da Pampulha não terá a farta distribuição que a Copasa fazia, em forma de apoio ao evento, sem patrocínio financeiro. É que a Sabesp, a empresa de saneamento e água de São Paulo, decidiu patrocinar a corrida e vai distribuir seus próprios copinhos de água. E não será só em Belo Horizonte. Em outras capitais, como Curitiba e Salvador, também. Pelo jeito, o governador José Serra (PSDB) está com medo de sua candidatura fazer água.

Dormindo com...

O governador Aécio Neves (PSDB) e o prefeito eleito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), negociam parceria para várias obras. Só se esqueceram de inclui-las no Plano Plurianual de Governo (PPAG), que tramita na Assembléia Legislativa e o prazo para emendas acabou. O socorro veio de onde menos se esperava. Foi o deputado André Quintão (PT), aliado do ministro Patrus Ananias, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, contrário à aliança em BH, quem abriu janelas para as obras. Só falta agora, o governo definir os valores.

...o inimigo

Depois de verificar que as obras listadas por Márcio Lacerda não estavam no PPAG, André Quintão abriu janelas – a rubrica destinando recursos às obras sem definir o valor – para os corredores da Avenida Pedro I, a duplicação da Avenida Antônio Carlos, o novo Centro de Convenções, a revitalização da Savassi e a extensão do bulevar Arrudas, que ia apenas até o Cardiominas. até o Bairro Calafate. Agora, basta o governador Aécio Neves (PSDB) encontrar recursos no Orçamento para as obras.

Cavalo de batalha

A oposição não deve criar dificuldades para a votação do projeto de Orçamento da União para o ano que vem ainda este mês, mesmo com a tesoura tendo que passar afiada. Desde, é claro, que o governo cumpra o acordo de tirar a reforma tributária da pauta e empurrar a sua votação para março de 2009. Com certeza, se isso acontecer, não haverá um cavalo de batalha em torno da peça orçamentária. A menos que o líder do DEM na Câmara dos Deputados, ACM Neto (BA), resolva atrapalhar só para provocar o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Baptista Chagas de Almeida é editor de Política do jornal Estado de Minas


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