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Estado de Minas

Niemeyer planeja celebrar aniversário em Brasília em audiência com Lula


postado em 29/11/2008 14:30 / atualizado em 08/01/2010 04:00

No próximo 15 de dezembro, Oscar Niemeyer completará 101 anos. Na véspera do aniversário, ele planeja uma viagem a Brasília, cidade referência de sua obra, para o lançamento do terceiro número da revista dele, Nosso Caminho, no Museu da República. A publicação terá na capa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o receberá em audiência no Palácio do Planalto, um dos mais famosos cartões postais da capital do país, projetado pelo arquiteto. A programação está sob a organização do secretário de Cultura do Distrito Federal, Silvestre Gorgulho, um dos grandes amigos de Niemeyer.

Na última quinta-feira, Gorgulho esteve com a equipe do presidente Lula para discutir detalhes da agenda. Acompanhado pelo arquiteto Carlos Magalhães, genro e discípulo de Niemeyer, o secretário foi recebido por Swedenberger Barbosa, chefe de gabinete-adjunto de gestão e atendimento da Presidência da República. A expectativa é de que Niemeyer participe de uma audiência com Lula em 11 de dezembro para tratar da restauração do Palácio do Planalto. Os dois vão acertar os detalhes da obra que deverá começar no início de 2009.

A expectativa é que durante a conversa Niemeyer convide o presidente para a festa naquela noite no Museu da República. Um dos principais destaques do número três da Nosso Caminho — uma revista de arquitetura, artes e cultura — é entrevista que Lula concedeu ao escritor Fernando Morais. Ele também confirmou participação no evento em Brasília. No mesmo dia, a secretaria de Cultura vai abrir as portas da Biblioteca Nacional. A inauguração do prédio estava prevista para ocorrer já na próxima semana, mas Silvestre adiou a solenidade porque espera contar com a presença do autor do monumento.

Disposição

Nos últimos anos, Niemeyer planejou diversas visitas a Brasília, mas na última hora sempre desmarcou. Por causa da idade avançada, o arquiteto necessita de cuidados especiais com a saúde. Há ainda um agravante: ele não entra em avião. Por isso, a viagem do Rio de Janeiro, onde mora, a Brasília, será de carro, no Mercedes-Benz do arquiteto. Dessa vez, Niemeyer tem surpreendido os amigos com uma grande disposição de pegar a estrada. Ontem, ele telefonou para Silvestre para saber dos detalhes da sua agenda na capital. A mulher, Vera Niemeyer, também se prepara para vir, assim como os arquitetos que trabalham com ele. Um enfermeiro vai acompanhar o trajeto. “Falei com o Oscar e ele me disse que estará aqui”, contou Silvestre. Magalhães confirma o entusiasmo do arquiteto. “Ele me garantiu que virá. Vamos aguardar”, disse.

Oscar Niemeyer fez algumas exigências. Quer ficar hospedado no Brasília Palace Hotel, o primeiro hotel inaugurado na cidade, em 1957, pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Ele vai sair do Rio em 8 de dezembro e visitará Belo Horizonte (MG), onde planeja uma visita ao novo Centro Administrativo do governo — outro de seus projetos mais recentes — e deverá se encontrar com o governador Aécio Neves (PSDB). No caminho, Niemeyer pretende passar a noite em um hotel fazenda nas proximidades do município mineiro de Sete Lagoas.

O governador José Roberto Arruda (DEM) deverá receber Niemeyer na entrada do Distrito Federal e prepara uma agenda de homenagens ao artista. Durante a visita, o arquiteto vai conversar com Arruda sobre a construção da Torre Digital, com 170 metros de altura, na região de Sobradinho. Ele tem demonstrado grande entusiasmo com esse projeto e tratou do assunto na última edição da revista.

Antigo admirador do presidente

Um dos arquitetos de maior prestígio do mundo, Oscar Niemeyer nunca escondeu sua admiração pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Comunista histórico, ele já declarou, inclusive, apoio a um eventual terceiro mandato do operário que chegou ao poder. Em entrevista recente, disse que Lula governa a “favor do povo, contra a miséria, a violência e, principalmente, contra o intervencionismo norte-americano no Brasil”.

Logo após a reeleição de Lula, em 2006, Niemeyer fez elogios ao resultado das urnas. Na ocasião, o arquiteto dos monumentos de Brasília afirmou que o presidente combatia os problemas brasileiros e deveria reforçar a defesa do continente latino-americano, a soberania e a liberdade. “Para tudo isso, Lula é indispensável”, avaliou. O último encontro entre os dois ocorreu em novembro de 2007.

Depois de inaugurar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no complexo de favelas Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o presidente esteve no escritório de Niemeyer em Copacabana para condecorar o arquiteto com uma medalha do mérito cultural. Por causa de suas convicções políticas, Niemeyer foi perseguido durante a ditadura militar e se exilou em Paris. Na Europa, ele projetou a sede do Partido Comunista Francês. (AMC)


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