“Temos que ver esse impacto eventual (da crise). Embora tenha sido feita uma projeção conservadora, com um PIB da ordem de 4% a 4,5%, certamente, se houver queda na previsão de crescimento, nós teremos que adiar alguns investimentos”, afirmou ontem Lacerda, depois de encontrar-se com o governador Aécio Neves no Palácio das Mangabeiras. De acordo com o prefeito eleito, medidas para combater a sonegação fiscal também poderão ser adotadas pela sua administração – caso seja verificada a necessidade.
Mesmo dizendo-se otimista pelo fato de a Prefeitura de Belo Horizonte ter um histórico de crescimento na arrecadação nos últimos quatro anos, Lacerda afirmou que poderá reajustar o IPTU de imóveis ao redor da Avenida Antônio Carlos para compensar a valorização alcançada graças às obras de duplicação e revitalização. “O IPTU daquelas propriedades tem que aumentar porque elas estão valorizadas. Isso é uma coisa natural”, argumentou.
Prioridades
No início da tarde, Lacerda se reuniu com Aécio para discutir programas prioritários que serão desenvolvidos em parceria entre os governos municipal e estadual. Do governador, ouviu novamente a promessa de manutenção de todos os recursos previstos para projetos em parceria com o município no orçamento estadual para 2009. A expectativa é de que em todo o estado serão investidos R$ 11 bilhões, meta que o governador reafirmou que vai cumprir.
“Eu não vou dizer que a crise não traz preocupações porque ela traz preocupações. Nessa hora é ainda mais relevante o fato de o estado, o poder público, estar organizado”, argumentou. Na avaliação de Aécio, os investimentos públicos é que vão suprir a queda dos investimentos privados em razão da crise econômica. Nesse momento de crise, acredita ser fundamental um acompanhamento diário dos seus desdobramentos em todo o mundo.
Na segunda-feira, Lacerda tem encontro com o prefeito Fernando Pimentel (PT) para discutir os projetos de interesse da prefeitura em tramitação na Câmara Municipal. A partir de quarta-feira, o prefeito eleito estará em Brasília para encontros com ministros e representantes da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para conversar sobre as obras do metrô da capital e com integrantes da bancada mineira na Câmara dos Deputados para articular emendas ao orçamento federal de 2009.