- Foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press 18/2/08 - Divulgação - 30/4/04 - Sidney Lopes/EM/D.A Press - 2/10/04 Os números são contundentes. Entre 2004 e 2008, os gastos médios de campanha declarados à Justiça Eleitoral pelos vereadores eleitos em Belo Horizonte triplicaram e tiveram aumento médio de 202%. A inflação medida pelo IPCA no período é de aproximadamente 22,22%. Enquanto em 2004 os 41 vereadores que conquistaram cadeira no legislativo municipal informaram uma despesa média de campanha de R$ 43.908,98, nestas eleições o dispêndio médio informado pelos vereadores eleitos foi de R$ 132.827,40. O custo médio do voto dos vereadores eleitos saltou, neste período, de R$ 4,88 para R$ 15,76, uma variação de 229%.

O levantamento exclusivo e os cálculos feitos pelo Estado de Minas consideraram todas as declarações dos candidatos disponibilizadas na sexta-feira, para consulta, no Tribunal Regional Eleitoral. O EM trabalhou neste levantamento com uma amostra de 30 dos 41 vereadores eleitos e analisou o movimento das contas de 18 dos 24 vereadores reeleitos entre as duas últimas eleições municipais.

Considerando 18 dos 24 vereadores reeleitos nos dois pleitos consecutivos, a variabilidade das declarações de despesas informadas à Justiça Eleitoral foi ainda maior. Em 2004, esse grupo de parlamentares informou um financiamento médio de campanha de R$ 47.462,77. Quatro anos depois, esses 18 reeleitos anunciaram uma arrecadação média – e conseqüente dispêndio – 3,5 vezes superior, de R$ 164.873,50, o equivalente a um crescimento médio de 247%. O custo médio do voto, que em 2004 foi de R$ 5,12 para esses parlamentares, neste ano alcançou R$ 16,39, um aumento de 220%.

Antes do início da campanha, Wellington Magalhães comemorou seu aniversário com show sertanejo, em BH - Foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press - /17/2/08

O vereador Wellington Magalhães (PMN) lidera o ranking não apenas em gastos, como também apresentou o maior aumento em quantia investida nas duas campanhas. Em 2004, declarou modesta despesa de R$ 20.030,00. Quatro anos depois, aplicou R$ 443.818,00 em sua campanha, valor 2.115% superior.

Na corrida da caça ao voto, os vereadores Chambarelle (PRB) e o vereador Fred Costa (PHS) também ousaram. Nos dois casos, as despesas de campanha passaram de minguados R$ 3.000 e R$ 15.925,00 em 2004 para, nesta ordem, R$ 47.229,62 e R$ 125.355,77. Enquanto Chambarelle investiu 1.474% a mais em sua campanha, a aplicação de Fred Costa na corrida eleitoral cresceu 687%.

Variação de despesas

Apesar da grande variação nas despesas de campanha entre as duas eleições, o volume investido por Fred Costa este ano não figura entre os mais altos. Logo abaixo de Wellington Magalhães está o vereador Paulo Lamac (PT), que informou ter gasto R$ 329.657,87, ou 4,5 vezes a mais do que em 2004, um aumento de 348% em seu financiamento.

Os vereadores Anselmo José Domingos (PTC), Luzia Ferreira (PPS) e Neusinha Santos (PT) seguem, nesta ordem, como os reeleitos que informaram as campanhas mais caras: R$ 307.169,18, R$ 254.913,94 e R$ 241.163,04. Entre os três, Anselmo José Domingos foi quem apresentou o maior crescimento de gastos: 318%. As despesas informadas por Neusinha Santos cresceram 3,4 vezes de uma eleição para outra, uma variação de 247%.


Gastos

Já os gastos declarados de Luzia Ferreira, que em 2004 figuraram entre os maiores da Casa, apresentaram uma das menores variações de um pleito a outro, de 62%. Apenas o vereador reeleito Ronaldo Gontijo (PPS) teve crescimento menor de despesas entre 2004 e 2008: passou de R$ 43.447,97 em 2004 para R$ 47.771,97, um aumento de 10%.

No geral, a metade dos vereadores reeleitos que informaram os menores gastos à Justiça Eleitoral o fez entre R$ 47.771,97 (Ronaldo Gontijo) e R$ 129.260, – valor que corresponde à média dos gastos de Elias Murad, do PSDB (R$ 132.250,00) e Alexandre Gomes, do PSB (R$ 126.271).