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Estado de Minas

PCdoB comemora expansão em Minas


postado em 07/11/2008 08:24 / atualizado em 08/01/2010 04:06

Vencedor em Ibiá, Ivo Mendes Filho (C) festeja resultado das urnas(foto: Leles Silva/Jornal JAP)
Vencedor em Ibiá, Ivo Mendes Filho (C) festeja resultado das urnas (foto: Leles Silva/Jornal JAP)
Pela primeira vez em sua história de 86 anos, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) consegue eleger em Minas Gerais dois prefeitos: Ibiá, no Alto Paranaíba, e Urucânia, na Zona da Mata. Considerado proporcionalmente o partido com maior crescimento no país, o PCdoB comemora ainda o terceiro lugar da deputada federal Jô Moraes na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, com 111,1 mil votos, ou seja, 8,5% dos votos válidos.

A expansão do partido, ainda identificado com a esquerda, pode ser medida pelo aumento do número de prefeitos eleitos no Brasil, que saltou de apenas um em 2000 para 40 na última eleição, sendo que a grande maioria está concentrada no Nordeste. A Bahia é o estado com maior número de comunistas à frente do Executivo municipal.

Em Ibiá, a 327 quilômetros de Belo Horizontel, o PCdoB venceu a força política do PSDB, partido do governador Aécio Neves, impedindo a reeleição de Paulo José da Silva, que já esteve à frente da administração da cidade três vezes, além de ter exercido o cargo de vereador e presidente da Câmara Municipal. Para chegar lá, no entanto, os comunistas tiveram de fazer concessões e se aliaram até mesmo ao DEM, partido com forte identificação com a direita. “Nosso objetivo era ter um candidato único, que representasse a oposição, para enfrentar a máquina da prefeitura”, explica o prefeito eleito, Ivo Mendes Filho. Além do DEM, a coligação abrigou sob o mesmo guarda-chuva PP, PMDB, PDT e PT.

Já em Urucânia, a 206 quilômetro da capital, a escolha mais à esquerda não chegou a ser surpresa, já que o município é administrado pelo PT, que teve o apoio do PCdoB em 2004. O prefeito eleito de Urucânia, Zezé Mansur, teve de enfrentar um adversário de peso, o candidato Mário Araújo (PSDB), que já foi candidato outras três vezes e ainda contou com apoio de quatro ex-prefeitos. Zezé Mansur, servidor municipal há 30 anos, tem uma explicação simples para a vitória da esquerda: “O povo estava insatisfeito com as administrações do PMDB e PSDB e resolveu investir na dobradinha comunista com o PT”.

O PT e PCdoB têm pelo menos 20 anos de parceria, como ficou evidenciado em Belo Horizonte, onde a última eleição se tornou exceção. A deputada Jô Morais, presidente do partido no estado, rompeu com o prefeito Fernando Pimentel, depois da aliança informal com o PSDB. Diferentemente de Ibiá, o futuro prefeito de Urucânia estava numa coligação com partidos de maior identificação programática, como PTdoB, PDT e PT, além de PTN, PTB e PRTB. O vice-prefeito de Mansur é Carlos Roberto de Macedo, que já está ocupando a vice-prefeitura, o que explica o nome da coligação “Melhor continuar”.

Mudança

A partir da vitória do PCdoB nas duas prefeituras mineiras e ainda da conquista do terceiro lugar por Jô Morais, na disputa na capital, a indagação é se houve mudança no eleitorado do estado, que rompeu com o estigma que envolvia os comunistas há décadas, ou se foi o próprio partido que mudou, caminhando mais para a centro-esquerda. Para Jô a conquista de prefeituras em Minas pode ser atribuída a uma nova postura do partido, que passou a investir também na disputa pelo Executivo, já que a prioridade sempre foi obter cadeiras no Legislativo.

Ela afirma ainda que o PCdoB sempre teve identificação muito grande com a luta social, o que predominava em sua atuação, mas, com a mudança do cenário político no Brasil e na própria América Latina, o partido optou por uma atuação mais institucional.


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