Jornal Estado de Minas

PENSAR

Um poema de... Jacyntho Lins Brandão

"O traço que corrompe"

Se o traço que corrompe o brancor
Da página resolve cor vazia
O nada não recobre que se avia
E a que não há mais nada a sobrepor.




Fora ele nada não seria folha
Em seu brancor resto olho puro branco
Nem nela o verso não seria manco
Asmático e - errático ao que colha.
A página tem vírus que consomem
Os traços os quais rompem tal rancor
Dissolvem cada passo - letras somem
De branco ficam ranços que se comem
Na tela do comput a dor sem cor:
Pur aço qual azia solve o omem.

O poema acima faz parte de "Harsíese", novo livro de Jacyntho Lins Brandão, lançamento da editora Patuá. Secretário-geral da Academia Mineira de Letras, Jacyntho se prepara para suceder Rogério Faria Tavares na presidência da AML em 17 de abril.