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Estado de Minas

Primeiras leituras


postado em 13/12/2019 04:00 / atualizado em 12/12/2019 14:57

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Lagos falam línguas noturnas,
o falar da noite e filhos pensos.
Nunca fomos, como quiseram,
resíduos de volúpia e trabalho.
A família à flor do nome
é o tecido que nos recompõe.
O falar da noite arma
um signo na ponta da manhã.
A vida pergunta pelos falantes,
sua palavra de rosa e fogo.
Nosso gesto há muito inaugurou
um arco no mundo.
Lagos falam línguas noturnas,
o falar da noite e filhos pensos.


Signos

Endereço nos cabelos leva a mais do que leio
onde estão dançando em ritmos vermelhos.
Dançam tatuagens alheias a seu desenho.
As siglas dos mistérios fecham sem correntes
um corpo que intenso se move na inércia.
E sobre outro corpo –  maestro por urgência –
dança como se antes vencesse o desespero.
Dentro da música o pente a silhueta a hora
em que a última fera sabe o sigilo dos velhos.
Os ritmos que entendo pelo ruído dos dentes
são outros são estes atentos como espelhos.
Aquela que me dança na mais perfeita esfera
luta com seus nervos e as cartas que escreve.
O blues me atravessa uma rajada de espíritos
as ilusões viram seta navegando pelos discos.
O céu se dobra em ruas as flores nos oceanos.
A dança que se espera dura se não dançamos.

(Edimilson de Almeida)



O leite tem a constituição do sangue.
Sangue branco, nomeia o médico
e imagino a cor-aurora, os seios como sóis.
Na boca do bebê, reinventa o circuito:
mãe e filho são de novo um corpo.
Mas você é pequena demais para o esforço
fios te alimentam em outro útero.
Meu corpo ignora a inutilidade do fluxo
alimenta o lençol, o vestido
que voltam à matéria orgânica, úmidos
sou o húmus da casa
sou a medida do desperdício
sou o adocicado da perda que ainda é promessa.
Escolho um vestido florido, roupa de cama com flores
o leite vaza, escorre, inaugura jardins.
Aprendo a colher o leite com as mãos
para ofertar a você, menina, este lírio branco
de alvéolos antigos, macerados na espera.

Ainda não sei o que é fome, o que é corte e o que é calma
nesta manhã excessiva, prolongada
que continua sendo a sua chegada
(sangue branco, poderia ser desta vida que nasce
o nome).



Parto: palavra para o nascimento.
Termo de uma gravidez.
Ato ou efeito de parir.
Primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo partir.
Que pode significar: ir embora, deixar um lugar
: separar, dividir
: quebrar, destruir
Parto: o que separa, o que deixa, o que nasce.
Parir é dissolver, transpor, rebentar.
Ou: nascer é partir.



Poesia + (antologia poética 
1985-2019)
. De Edimilson de Almeida
. Editora 34
. 384 páginas
. R$ 65


Continuar a crescer
. Mônica de Aquino
. Relicário
. 75 páginas 
. R$ 36

Lançamentos
Sábado (14), das 11h às 14h, na Casa Relicário – Rua Machado, 155, casa 1, Bairro Floresta.


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