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Estado de Minas Ciclo do ouro

Liberdade forjada a ouro e ferro

Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João del-Rei, Diamantina e Congonhas viveram o auge do Ciclo do Ouro; hoje são reconhecidas como destino turístico


Minas 300 Anos
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Minas 300 Anos
postado em 02/12/2020 08:00 / atualizado em 02/12/2020 09:22

Na rica cidade histórica da antiga Vila Rica, além de ruas íngremes e igrejas do ciclo do ouro, há o Museu da Inconfidência, que mostra os ideais dos mineiros(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Na rica cidade histórica da antiga Vila Rica, além de ruas íngremes e igrejas do ciclo do ouro, há o Museu da Inconfidência, que mostra os ideais dos mineiros (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

 
Hoje, ao comemorar os 300 anos de Minas Gerais, coloca-se no trilho da história a trajetória de um povo que sempre soube enfrentar os perigos de uma terra pouco desbravada. Ao exaltar o passado, revive a importância do território mineiro e confirma a contribuição para o desenvolvimento do país. Uma forma de reconhecer a posição de liderança de Minas, que tanto engrandeceu e engrandece a nação brasileira – seja na política, na economia, no turismo, no meio ambiente ou na cultura.

Há três séculos, no auge do Ciclo do Ouro, pulsava nas veias dos mineiros espírito de liberdade. O desejo de ter uma identidade própria foi alimentado pela ira dos descontentes com a Coroa portuguesa, principalmente após a revolta de Felipe dos Santos, na Vila Rica (atual Ouro Preto), no início do século 18. Naquele 02 de dezembro de 1720, fez-se o desmembramento das capitanias de São Paulo Minas Gerais e, desde então, surgiu um novo território autônomo e administrativo no Brasil, rico em ouro, pedras preciosas, cultura e fé. Nascia, então, Minas Gerais. 

Ao visitar seis cidades históricas mineiras como Ouro Preto, Mariana, Tiradentes, São João del-Rei, Diamantina e Congonhas, o turista depara-se com o que há de mais rico nesse tricentenário comemorativo. Percorrendo as ladeiras com piso de pedra, entre casarios coloniais e igrejas barrocas, mergulha-se no passado onde é possível ver o quanto é nobre e bela a identidade arquitetônica regional – expressão cultural de traços marcantes que moldaram a personalidade mineira. Pois, aqui em Minas, se respira história, patrimônio, arte, diversão, gastronomia, religião, natureza e hospitalidade.

Ouro Preto


A antiga Vila Rica viveu o apogeu econômico no período de 1730 a 1765 com a exploração do ouro. O antigo povoado só mudou o nome para Ouro Preto, em 1823. Localizada na região Central de Minas Gerais, a cidade celebra os 300 anos de Minas ao reunir maior e mais importante acervo arquitetura e da arte do período colonial de todo Brasil, em sua maioria, obras-primas do arquiteto e escultor Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho,e pintor Manuel da Costa Athaíde. Em meio ao casario dos séculos 17 e 18, erguido nas ladeiras íngremes, o visitante depara-se com igrejas monumentais e, nelas, altares banhados a ouro e imagens sacras, nos estilos barroco rococó.
 
Para A História do Brasil, Vila Rica foi palco da Inconfidência Mineira(foto: Beto Novaes/EM)
Para A História do Brasil, Vila Rica foi palco da Inconfidência Mineira (foto: Beto Novaes/EM)
 
 
Pela qualidade da conservação e a importância histórica, Ouro Preto foi uma das primeiras cidades escolhidas no mundo para ser patrimônio da humanidade, em 1980, pela Unesco. Para A História do Brasil, Vila Rica foi palco da Inconfidência Mineira – uma tentativa de emancipação de Minas Gerais, em 1789. Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, mártir da Inconfidência, foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1792. Em memória ao movimento, o imponente Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, preserva os registros do sonho de liberdade daquela época.
 

Mariana

 
De antigo arraial à primeira capital de Minas Gerais, o nome da cidade foi escolhido em homenagem à rainha de Portugal Maria Ana de Áustria, esposa de dom João V. Localizada a 12 quilômetros de Ouro Preto, Mariana tornou-se, em 1743, na primeira localidade de Minas Gerais a ter um planejamento urbano.
 
Mariana tornou-se, em 1743, na primeira localidade de Minas Gerais a ter um planejamento urbano(foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A)
Mariana tornou-se, em 1743, na primeira localidade de Minas Gerais a ter um planejamento urbano (foto: Rodrigo Clemente/Esp. EM/D.A)
 
 
Seu desenho urbano é formado por uma sucessão de praças, igrejas e capelas, que revelam aspectos característicos do barroco, estilo dominado por curvas, visão em profundidade gosto pelos contrastes claro e escuro. Essa Arquitetura está representada na praça Minas Gerais,onde ficam as igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo, uma ao lado da outra, fato raro na história das construções religiosas.

Um dos atrativos da cidade é o órgão Arp Schnitger, que está na Catedral de Nossa Senhora de Assunção. Construído em 1701, na Alemanha, o instrumento chegou a Mariana em 1753, como presente da Coroa portuguesa. Hoje, é o único exemplar, dos 30 Schnitger que ainda existem no mundo, que está fora da Europa.
 

Tiradentes


Aos pés da Serra de São José, a cidade era apenas um rico arraial minerador no começo do século 18. Se tornou Vila São José, em homenagem ao então príncipe português dom José I, em 1718. Com a proclamação da República, o município passou a se chamar Tiradentes, nome do mártir da Inconfidência Mineira, nascido na região e que morreu lutando contra a monarquia.
 
O conjunto arquitetônico barroco de Tiradentes reúne joias como o encantador Chafariz de São José, construído em 1749(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A)
O conjunto arquitetônico barroco de Tiradentes reúne joias como o encantador Chafariz de São José, construído em 1749 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A)
 
 
Quando o ouro se tornou escasso nas redondezas, a cidade perdeu relevância, sendo redescoberta na década de 1970. Excepcionalmente preservado graças ao baixo movimento durante muitas décadas, o conjunto arquitetônico barroco de Tiradentes reúne joias como o encantador Chafariz de São José, construído em 1749 para abastecer a cidade de água potável e em funcionamento até hoje.

Localizada a menos de 200 quilômetros da capital do estado, Belo Horizonte, a charmosa cidade mineira atrai visitantes que podem conferir as diversas atrações e as opções de passeios para os mais variados gostos.
 

São João Del-Rei


Vizinha de Tiradentes, a história de São João del-Rei também está associada à descoberta do ouro na região. Já bastante próspera, em 1713, a localidade é elevada a vila e recebe o nome de São João del-Rei em homenagem a Dom João V, rei de Portugal.
 
São João del-Rei é a terra natal de Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais e presidente da República eleito em 1985(foto: Jair Amaral/EM/D.A)
São João del-Rei é a terra natal de Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais e presidente da República eleito em 1985 (foto: Jair Amaral/EM/D.A)
  

Da riqueza do período colonial, a cidade preserva até hoje um magnífico acervo arquitetônico cultural, representado, entre outros exemplos, pelas igrejas de São Francisco de Assis, Matriz de Nossa Senhora do Pilar e Nossa Senhora do Rosário, pela ponte da Cadeia e a Casa de Bárbara Heliodora. Além do núcleo histórico preservado, outra atração turística é o Complexo Ferroviário, construído em 1878 e fundamental para o progresso da cidade.

Os visitantes também se impressionam com o badalar freqüente dos sinos das igrejas, emitindo uma música característica para fatos do cotidiano cidade, como uma missa, uma morte ou solenidade. Por este motivo, a cidade ganhou o título informal de "Terra onde os sinos falam". São João del-Rei é a terra natal de Tancredo Neves, ex-governador de Minas Gerais e presidente da República eleito em 1985.
 

Diamantina


No século 18, o antigo Arraial do Tijuco teve maior lavra de diamantes do mundo ocidental. A cidade, que recebe o nome da pedra preciosa, tem outros tesouros conquistados ao longo de três séculos. Se não bastasse, o título de patrimônio da humanidade, conferido pela Unesco em 1999, Diamantina, a cidade do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de Chica da Silva – a escrava mais famosa do país –, guarda a riqueza histórica do Brasil Império em suas construções coloniais, paisagens exuberantes e gastronomia requintada.
 
Diamantina, a cidade do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de Chica da Silva, a escrava mais famosa do país(foto: Euler Junior/Estado de Minas)
Diamantina, a cidade do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de Chica da Silva, a escrava mais famosa do país (foto: Euler Junior/Estado de Minas)
  

Na comemoração do tricentenário de Minas Gerais, o município de Diamantina preserva cuidadosamente a riqueza histórica da cidade barroca, porta de entrada para o Vale do Jequitinhonha. Cheia de tradições, a cidade histórica tem um acervo arquitetônico, cultural e natural rico e bem preservado.
 

Congonhas


Há 300 anos, o então arraial vivenciou uma verdadeira “corrida ao ouro” nos inúmeros garimpos na região. Já na segunda metade do século 18, foi a vez da “corrida da fé” em virtude da promessa do minerador português Feliciano Mendes que introduziu em Congonhas a devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Desde então, Congonhas tornou-se numa grande e perene peregrinação que até os dias de hoje movimenta cidade principalmente entre os dias 7 e 14 de setembro.
 
Há 300 anos, o então arraial vivenciou uma verdadeira corrida ao ouro nos inúmeros garimpos na região(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Há 300 anos, o então arraial vivenciou uma verdadeira corrida ao ouro nos inúmeros garimpos na região (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
 
 
O Santuário de Bom Jesus do Matosinhos abriga as obras-prima de Aleijadinho – são 12 profetas e as 64 estátuas com a representação dos passos da Paixão de Cristo – comemora 35 anos o título de patrimônio mundial da humanidade, pela Unesco, em 2015. Construído na segunda metade do século 18, o conjunto é singular por reunir, em um só lugar, a magnífica igreja em estilo rococó as esculturas do gênio mineiro.
 

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