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Estado de Minas

Avaliar fatores e hábitos de risco pode evitar exames desnecessários


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postado em 05/09/2016 17:31 / atualizado em 05/09/2016 17:40

"As doenças cardiovasculares aumentam nos homens depois dos 45 anos e em mulheres depois dos 55 anos" - Nestor Iván Saavedra Terán (foto: Biocor Instituto/Divulgação)
Doenças cardíacas assustam muita gente. Motivados pelo quadro grave de um familiar, o problema cardiológico ou infarto de um amigo, o aniversário de 40 anos ou uma pessoa preocupada com seus hábitos de vida e aumento da circunferência abdominal. Médicos dizem seres frequentes as visitas daqueles pacientes sem qualquer sintoma cardiológico, apenas para fazer um check-up.

De acordo com o médico Nestor Iván Saavedra Terán, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e coordenador da especialização médica de cardiologia e clínica médica no Biocor Instituto, antes de perder a cabeça com preocupações sobre a saúde cardíaca, é preciso responder questões básicas: “Quais fatores de risco eu tenho? Quais posso mudar e quais devo acompanhar? Quais são os fatores de risco cardiovasculares? Como nasceram?”, exemplifica o especialista.

Há cerca de 60 anos, a cidade de Framingham, Massachusetts, nos Estados Unidos, foi selecionada pelo governo americano para ser o local de um estudo cardiovascular onde os residentes recrutados foram acompanhados durante muitos anos e foi possível concluir, pela primeira vez, que a hipertensão, até então considerada normal, podia levar a derrames ou infartos e que a ateroscleroses não era fruto do envelhecimento e sim do colesterol elevado e dos malefícios do tabagismo. “Por isso, seu cardiologista poderá usar um aplicativo de celular e calcular seu risco de infarto nos próximos 10 anos baseado nesse famoso estudo”, explica Saavedra, fazendo referência ao Escore de Risco de Framingham.

É fácil lembrar de personagens masculinos da vida pública, política e artística que sofreram um infarto, mais do que lembrar de mulheres nas mesmas condições. “Esta é uma clara observação de que as doenças cardiovasculares estão mais relacionadas aos homens, mas até certa idade, em outras palavras os eventos cardiovasculares em mulheres acontecem dez anos depois da média dos homens”, revela o cardiologista, indicando, porém, que os infartos em mulheres jovens tem maior chance de mortalidade. Além do gênero, a idade também é avaliada. “As doenças cardiovasculares aumentam nos homens depois dos 45 anos e em mulheres depois dos 55 anos.”

O histórico familiar precisa ser analisado, mas com cuidado. Nestor Saavedra esclarece: “Não entra na conta aquele tio querido que enfartou com 78 anos com um charuto na boca. Para ser um fator importante tem que ser um parente de primeiro grau, no caso de ser homem, antes dos 55 anos ou mulher antes dos 65 anos”. A hipertensão arterial sistêmica, popularmente chamada de pressão alta, é outro fator de risco importante. Ela isoladamente é a principal causa de doenças do coração. Só a hipertensão arterial sistêmica é a principal causa de doenças do coração, dos rins, de acidentes vasculares cerebrais (AVC) “Mas não espere um anuncio prévio, pois os sintomas são pobres. Dor de cabeça não é sinônimo de pressão alta, ela é como um tigre na floresta, não da aviso, é preciso medi-la com regularidade”, pontua o médico.

Olho na alimentação
Diabetes: Não surge por usar muito açúcar no café; a obesidade, a idade com predisposição familiar influem no aparecimento da diabetes, muitas vezes subdiagnosticada, porém, quando presente está associada a outras “amigas": pressão alta, obesidade, colesterol elevado provocando o envelhecimento das nossas artérias. (endotélio)

O colesterol é importante para o organismo, mas o excesso vai sendo depositado nas artérias e acelerando seu envelhecimento, lesando a cobertura interna chamada endotélio, formando canais estreitos para a circulação e propícios para a formação de coágulos, que podem atingir locais nobres como o cérebro e coração. A mesma atenção deve ser dada ao tabaco. Nestor Saavedra declara que o tabagismo é a causa mais previsível de mortalidade, com efeitos piores em mulheres. “Vamos a supor que você pare de fumar hoje, você terá o mesmo risco de um não-fumante só depois de 10 a 14 anos. É muito tempo e vale à pena parar agora”, aconselha Saavedra. Cortar o tabaco do organismo somado a prática de atividades físicas é ainda melhor.

O médico conta que em Cuba, após a crises de 1989, quando a União Soviética parou de dar apoio em combustível para o transporte público e o setor entrou em colapso, houve aumento da utilização de bicicletas e das caminhadas por parte da população. Isto levou a diminuição da mortalidade causada pela diabete, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais. Mas não é preciso esperar uma crise de combustível. A atividade física moderada, cinco vezes por semana, durante 30 minutos, é suficiente.

Com os fatores de risco listados, é mais fácil consultar, junto ao médico, quais deles devem ser pesquisados. Após o check-up, é a vez do paciente melhorar hábitos e, se necessário, adotar o uso de certos medicamentos. Cada paciente, de cada idade, é diferente e nada como uma conversa sem pressão de tempo com seu médico para evitar exames desnecessários. “Escuto muito a frase 'quem procura acha', mas é melhor achar do que ser achado. É melhor o suor quente de uma corrida de rua ao suor frio de um infarto”, finaliza.

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