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Estado de Minas

Morte súbita cardíaca afeta uma a cada 100 mil pessoas por ano

Doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% dos óbitos no Brasil


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postado em 04/04/2016 14:29 / atualizado em 04/04/2016 15:17

Heberth Miotto é especialista em cardiologia e medicina intensiva e coordenador do Centro de Terapia Intensiva do Biocor Instituto (foto: Biocor Instituto/Divulgação)
Heberth Miotto é especialista em cardiologia e medicina intensiva e coordenador do Centro de Terapia Intensiva do Biocor Instituto (foto: Biocor Instituto/Divulgação)
A procura por consulta cardiológica aumenta quando uma figura popular ou um político morre de problemas cardíacos. É o que constata o especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Heberth Miotto, que também é coordenador do Centro de Terapia Intensiva do Biocor Instituto. Ele cita personalidades que morreram vítimas de arritmias cardíacas, como o cantor Jair Rodrigues e o ator José Wilker. “A estimativa da incidência de morte súbita cardíaca é de um caso para cada 100 mil habitantes por ano. Em uma cidade como Belo Horizonte e região metropolitana, ocorrem cerca de 50 a 100 casos. O coração é alvo de atenção especial da mídia e da população em geral”, diz o cardiologista.

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo responsáveis por quase 30% dos óbitos no Brasil. Entre essas, o infarto é uma das principais causas. “Entre todas as doenças cardíacas, a doença vascular coronariana é a mais importante, pois atinge a faixa populacional em fase mais produtiva da vida, causando um impacto social e econômico significativo”, explica o profissional. “A manifestação mais conhecida da doença coronariana é o infarto agudo do miocárdio, quando ocorre uma oclusão completa de um vaso que nutre o músculo cardíaco (miocárdio), chamada coronária”, completa.

Outra manifestação grave é a ocorrência de arritmias, quando o coração perde o ritmo normal e pode chegar até a parar. “Nesse caso, ocorre uma arritmia muito grave chamada fibrilação ventricular”, observa Miotto. Quando o quadro surge e o paciente não está em ambiente hospitalar, ocorre a síndrome da morte súbita. O especialista ressalta que é preciso diferenciar os quadros para melhor tratamento. “O único tratamento efetivo para morte súbita ou fibrilação ventricular é a desfibrilação imediata, por meio de um aparelho chamado desfibrilador, que emite uma descarga elétrica por corrente contínua que atravessa o coração interrompendo a arritmia”.

Muitas vezes, o quadro não ocorre devido a um infarto cardíaco, mas à presença de múltiplas cicatrizes de infartos anteriores. “Por isso mesmo, muitas pessoas confundem a síndrome da morte súbita com infarto cardíaco.”

DESFIBRILAÇÃO A Associação Americana do Coração (American Heart Association) criou, na década de 1990, o programa de acesso público à desfibrilação, em que o leigo teria acesso a desfibriladores automáticos que converteria toda arritmia letal ou potencialmente letal. Para esse fim, a indústria de equipamentos desenvolveu os chamados DEA ou desfibrilador externo automático, que é capaz de reconhecer a fibrilação ventricular e solicitar ao profissional de saúde ou qualquer pessoa para apertar o botão e deflagrar o choque que irá salvar a vida da vítima.

Mas não basta aplicar o choque. Também é necessário fazer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) ou massagem cardíaca que, com o DEA, pode salvar vidas. “Desde 2000, a Sociedade Brasileira de Cardiologia, com alguns hospitais, tem administrado cursos de ressuscitação para a população leiga, com intuito de capacitá-los a realizar RCP e manusear o DEA”, aponta Miotto. Esses últimos já estão disponíveis em vários clubes e associações e locais com grande concentração de pessoas.

Tão importante quanto o atendimento das urgências são os cuidados hospitalares na fase de recuperação. Assim, de acordo com o especialista, é fundamental que o cardiologista geral ou o cardiologista intensivista comece, precocemente, os cuidados pós-ressuscitação com a indicação de cineangiocoronariografia (“cateterismo”) para tratar os pacientes vítimas de infarto, que levaram à parada cardíaca.

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