Elias Menezes
Belo Horizonte
“Que os sucessivos reajustes nos preços dos combustíveis têm pesado no orçamento das famílias brasileiras, já tão atormentadas pela inflação galopante (alçada aos 12,2% no trimestre encerrado em maio), juros acachapantes (Selic a 12,75%) e desemprego massivo (acima dos 11%) parece consenso entre todos aqueles que acompanham de perto a triste conjuntura socioeconômica de nosso país. Mas reviver o assombro intervencionista do governo Dilma Rousseff na Petrobras seria similar a matar o paciente para curar a doença. Aliás, neste caso, nem sequer a doença seria curada, haja vista que políticas de controle de preços resultam tão somente em desabastecimento pela oferta e em nenhum controle inflacionário de fato – basta atentar para a situação lastimável de nossa vizinha Venezuela. Urge a discussão de propostas para amenizar os efeitos de choques externos do mercado de petróleo sobre nossa população – talvez algo similar a um fundo emergencial de suavização desses impactos. Mas a Lei de Responsabilidade das Estatais, garantindo que a petrolífera estatal brasileira seja gerida eficientemente como uma empresa privada, a paridade de preços e, em última medida, a independência de sua gestão são valores inegociáveis.”