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Estado de Minas Análise

Crianças, guerra e o necessário diálogo


25/03/2022 04:00

Bruna Richter*
Rio de Janeiro

“As crianças são muito mais inteligentes do que costumamos culturalmente supor. Em épocas não tão distantes, elas não eram sequer consideradas. Sua opinião não era levada em consideração nem tampouco seus sentimentos. Os assuntos eram discutidos pelos adultos e às crianças cabia a função – e a diretriz – de seguirem passivamente pela vida, atendo-se apenas às conversas a elas direcionadas. Atualmente, temos mais acesso ao conhecimento. Compreendemos com bastante clareza a importância da infância na estruturação do psiquismo e nos seus desdobramentos. Centenas de milhares de estudos são produzidos em relação a essa faixa etária e à sua capacidade de absorção de informações. Elas chegam a ser comparadas com esponjas, tamanha sua absorção, e captam elementos inclusive que nem precisam ser verbalizados. Isso significa que ainda que as tentemos privar ou poupar de algum modo da realidade, algo de irregular se deixa mostrar. E essa estranheza percebida por elas, quando não confirmada, pode ser, inclusive, bastante prejudicial. De algum modo, os sinais que lhes são passados resultam na ideia de que aquilo que sentem ou entendem não é verdadeiro ou legítimo. E, inegavelmente, desse modo invalidamos suas percepções. Ignorar ou esconder nunca é a melhor saída. Diante do cenário atual, uma conversa franca, permeada de esperança futura e transmitida com segurança, pode fazer a diferença na compreensão do tema. Em um momento em que o acesso às notícias é tão veloz e abrangente, faz-se imperativo que sejamos verdadeiros com os pequenos. Isso é um sinal não apenas de empatia, mas também, de respeito. Portanto, é urgente que falemos com as crianças. E isso inclui até mesmo assuntos áridos como a guerra. Claramente, precisamos fazê-lo com uma linguagem adequada e de acordo com as próprias demandas que delas emerjam. E é necessário, principalmente, ao fazer isso que sejamos acolhedores. Quaisquer afetos ou dúvidas que surjam devem ser validados. Dessa forma, o cuidado com sua saúde mental continua preservado.”

* Psicóloga e bióloga 

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