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Estado de Minas DEMISSÃO

Eterno Fábio e a lógica do mercado


09/01/2022 04:00

Pedro Filipe de Assis Anversa
Belo Horizonte

“A lógica do mercado, consubstanciada na busca incessante por rentabilidade e lucro, permeia a maioria esmagadora das atividades humanas na atualidade. Tudo que nos cerca parece envolto pelo dístico sagrado da eficiência/oportunidade e mesmo as relações humanas que estabelecemos, muitas vezes, findam por reverberar essa mesma lógica. A recente ruptura do contrato do eterno Fábio com o Cruzeiro é mais um sintoma desse mundo que nos torna cada vez mais estranhos à nossa própria natureza. Ser humano, é bom lembrar, não prescinde do diálogo constante com o infinito. 

A saída do ídolo Fábio, à primeira vista, segue à risca o roteiro de eficiência que está no bojo da SAF: entidade a quem agora subordina-se a administração celeste. Salário elevado e idade avançada fizeram do arqueiro azul, protagonista de tantas conquistas, um elemento dispensável; atitude essa que denota a estreita perspectiva dos novos administradores da equipe do Fenômeno. Malgrado os milhões que encampam, parecem incapazes de conceber o real valor de um jogador como o Fábio. 

Ainda que nos ativéssemos exclusivamente à lógica que norteia os ‘visionários’ da SAF, é fácil perceber o tamanho do equívoco. Uma joia como Fábio teria um papel fundamental em trazer o torcedor celeste junto a essa nova administração, seja pela conexão que tem com os torcedores, seja pela qualidade técnica irrefutável dentro de campo. 

Os torcedores cruzeirenses reconhecem a necessidade de um choque de gestão e de uma verdadeira revolução na administração das contas celestes, haja vista o estado calamitoso em que se encontra nossa instituição. Por esse motivo, saudamos a chegada de investidores dispostos a introduzir uma administração profissional, ainda mais sabendo 
que por trás desses investidores estava um dos maiores jogadores celestes – talvez o maior de todos os tempos. Isso, no entanto, não significa chancelar cegamente todos os atos da nova gestão. Malgrado a ‘venda’, o Cruzeiro continua e continuará para sempre domínio exclusivo dos seus torcedores. 

Luiz Antônio Simas – um dos intelectuais de proa da atualidade e torcedor apaixonado do Botafogo –, nas suas falas e escritos sempre recorda a poesia que o futebol exala. Ele, com certeza, deve estar irrequieto assistindo a mais um capítulo dessa saga em que a lógica do mercado sobe mais um degrau rumo ao domínio completo de um lugar chamado futebol: espaço que outrora acolhia o imponderável, a paixão e a pura e simples magia. 

Ainda tenho a esperança de que a atual administração reveja a sua atitude e reintegre ao elenco celeste o maior goleiro do Brasil em atividade. A ele somos e seremos eternamente gratos, e não há modo de apoiar uma gestão que não respeita o Cruzeiro. Sim, a história do Fábio confunde-se com a história do próprio Cruzeiro, e desrespeitar o nosso maior ídolo, ao qual somos e seremos eternamente gratos, é também desrespeitar o nosso Cruzeiro. E isso, nós, torcedores celestes, não podemos permitir.”

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