Cicero Bezerra
Rio de Janeiro
"Chegamos ao catastrófico número de mais de 90 mil mortos, vítimas de um vírus incontrolável para o qual a ciência do mundo inteiro busca um antídoto. Classifica-se a situação como pandêmica, fora do controle da ciência, e a solução encontra-se a caminho. Mas, às vezes, nos esquecemos dos pais, mães, filhos, parentes, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, entre outros, que morreram e não existem mais. Ficam somente a lembrança, a saudade e os momentos marcantes que foram vividos. À vista de tudo isso, não cabe fazer uma análise geográfica ou demográfica da existência humana, mas sim ao fato de que não podemos, de forma alguma, desvalorizar a importância dos nossos queridos. Perdemos a noção do valor da vida humana. O ser humano, em sua busca frenética pelo dinheiro, chega a valorizar uma vida humana em US$ 9 milhões, fazendo uma multiplicação pelos mais de 90 mil mortos o valor financeiro e astronômico. Mas a questão não é financeira, é sobre a vida, os relacionamentos, o amor familiar entre pai e filho, o amor matrimonial entre o marido e a esposa, a relação entre os parentes e entes queridos da família, enfim, o que importa é a vida. Aqueles que se foram não estarão presentes na próxima festa; não participarão do próximo almoço; não estarão na mesa festiva do Natal; não participarão da chegada do ano novo; não conhecerão o novo membro da família que está para nascer; não poderão participar da inauguração da casa nova; e o carro que que ainda está na garagem as pessoas da família não têm coragem de usar."