Jornal Estado de Minas

LAVA-JATO

Brasileiro que torcia pelo fim da corrupção

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Jeovah Ferreira
Taquari – DF

“Nos últimos dias, tenho me lembrado muito do vovô. Ele subiu para o andar de cima antes do surgimento dessa pandemia que está inquietando a humanidade. Viveu bem, não sofreu na partida. Ele era um ferrenho defensor dos trabalhos da Lava-Jato. Contava com mais de 90 janeiros mas gozava de uma lucidez de fazer inveja. Ele tinha na cabeça todos os condenados por corrupção. Todas as vezes que a imprensa noticiava uma condenação, ele gritava: ‘Valeu, lugar de ladrão é na cadeia’.  Ele sabia o número de políticos condenados e presos e sabia, também, de que partidos eram. Fazia  questão de frisar que o Partido dos Trabalhadores (PT) estava à frente, com 15, e que atrás vinha o PMDB, com 7, PP 5, PTB 4, SD 2, PSDB 2.  Enchia a boca para dizer: ‘Já temos uns 60 empresários condenados’. Não me esquecerei nunca do churrasco que ele proporcinou aos familiares para comemorar a prisão de um político do PT,  permita-me omitir o nome. O bom velhinho dizia a todo instante que felicidade  daquele tamanho só a que ele sentiu no dia do seu casamento com a vovó. Mas exatamente nessa comemoração, ele demonstrou uma preocupação. Disse:  ‘Tenho receio de que um dia  mandem a Lava-Jato pros ares e todos aqueles que trabalharam no combate à corrupção sejam condenados. Ele chorou muito no dia em que Sergio Moro aceitou o convite para assumir o Ministério da Justiça. Ele falou que era uma furada. E realmente foi. O velhinho pressentiu e não deu outra. Estou torcendo para que o seu pressentimento quanto aos que trabalharam para que corruptos fossem condenados falhe.”