Antonio Negrão de Sá
Rio de Janeiro
"O mundo enfrenta uma guerra contra um inimigo ainda desconhecido. Sua arma principal é um vírus arremessado pelo ar que atinge o soldado, o deixa fragilizado e o leva a óbito. Dado o desconhecimento do vírus, todos os comandantes ordenam evacuação e recolhimento em suas residências para evitar contágio. No Brasil, o comandante supremo, o presidente da República, resolveu inovar. Manda o Exército enfrentar o inimigo desarmado. Retira os víveres dos soldados e diz que se não enfrentar o inimigo morre de fome. Conclusão: não há saída, é morrer ou morrer. Esse sentimento de medo e horror certamente está crescendo entre a população, principalmente a mais fragilizada. O medo é o limite. Com ele nada mais o que temer, seja das armas, do autoritarismo ou da repressão. Agravando esse quadro de desvario acumulado por anos de insensatez da elite brasileira, crescem as manifestações, não das ruas, mas dos cemitérios e valas comuns."