Jornal Estado de Minas

Justiça e cidadania: os ares de Minas Gerais

Romeu Zema Neto
Governador de Minas Gerais

José Arthur de Carvalho Pereira Filho
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Júnior
Corregedor-Geral de Justiça


"Estamos condenados à civilização. Ou progrediremos, ou desapareceremos”.





Foi assim que Euclides da Cunha, no seu Os Sertões, referiu-se à força geracional das civilizações, que conduz historicamente a sociedade à gradativa implantação de direitos humanos: tanto avançando periodicamente no reconhecimento de novas facetas da cidadania, quanto inviabilizando o retorno ao status anterior.

Para fomentar esse constante progresso, é essencial que o poder público implemente medidas concretas que resguardem a cidadania e viabilizem o respeito eficiente e qualificado aos direitos fundamentais dos cidadãos.

Minas Gerais deu, recentemente, um importante passo na direção da real e efetiva proteção das liberdades individuais, ao promover uma inovadora qualificação de seus instrumentos de registro de pessoas presas e foragidas.





Era, de fato, fundamental a implantação de ferramenta nacional que oferecesse ao Brasil o controle real de seu quantitativo de presos, como anunciado ao tempo da implantação do BNMP – Banco Nacional de Mandados de Prisão, pelo Conselho Nacional de Justiça.

Todavia, também se fazia imprescindível o resguardo das ferramentas já instituídas e em funcionamento em cada Estado, que permitem, como ocorre em Minas, que as ordens de prisão e soltura sejam comunicadas com eficiência e garantia de autenticidade aos órgãos de segurança. Esses mecanismos locais evitam falsificações e impedem os atrasos que mantêm preso quem deveria estar solto, ou preservam a liberdade de quem deveria estar preso.

A conjugação dos dois instrumentos afigurava-se necessária para permitir a integral adesão de Minas Gerais ao BNMP do Conselho Nacional de Justiça, sem depender dos sistemas locais, mas também sem deixar de se valer das conexões eletrônicas com a Secretaria de Justiça e com a Polícia Civil, que oferecem segurança e rapidez na troca de informações tão sensíveis.





E isso foi feito!

Um trabalho conjunto do Executivo e do Judiciário mineiros, com a participação do Conselho Nacional de Justiça, alcançou esse resultado e passou a assegurar a Minas Gerais posição de destaque, na medida em que, agora, de uma só vez, podemos aderir à plataforma nacional de controle de custódias de indivíduos, mas com o emprego de soluções locais que emprestam eficiência e segurança à tramitação das ordens de prisão e soltura.

Esse novo instrumento de atuação oferece governança adequada tanto em relação aos detidos e à sua situação individual, quanto no que toca àqueles considerados foragidos do sistema de Justiça, independentemente de onde estiverem e da origem da ordem de prisão.

A importante conquista, conjugada com a paulatina identificação biométrica de todas as pessoas presas, adotada em Minas em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, reafirma ainda mais proteção aos direitos de primeira ordem e evita custódias indevidas.

Seguimos, como outrora, na vanguarda da cidadania e da liberdade no Brasil, com foco na modernidade e na eficiência.