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Estado de Minas Editorial

Pelo futuro de jovens e crianças

O percentual de crianças e adolescentes, cujas famílias estão abaixo da linha de pobreza, chegou a 16,1%, o maior nível dos últimos cinco anos


18/02/2023 04:00 - atualizado 17/02/2023 23:32

Pelo menos 32 milhões de crianças e adolescentes (63%) vivem na pobreza no Brasil. Faltam-lhes renda, educação, moradia, água, saneamento básico, informação e muitas estão submetidas ao trabalho precoce. Apesar de essa dura rea- lidade não ser novidade, ela foi agravada pelos impactos da pandemia de COVID-19, segundo a pesquisa “As múltiplas dimensões da pobreza na infância e na adolescência no Brasil”, realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com apoio da Fundação Vale, divulgada esta semana. Os dados foram coletados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de diferentes períodos: 2019 (trabalho infantil), 2020 (moradia, água, saneamento e informação), 2021 (renda insuficiente, inclusive para alimentação) e 2022 (educação).

 

Chama a atenção a falta de renda para alimentação da parcela infantojuvenil. O percentual de crianças e adolescentes cujas famílias estão abaixo da linha de pobreza chegou a 16,1%, o maior nível dos últimos cinco anos. Assim, cresceu em 40% o número daqueles sem acesso à alimentação adequada – de 9,8 milhões, em 2020, para 13,7 milhões em 2021. As restrições impostas pela crise sanitária impactaram a educação. A taxa de analfabetismo passou de 1,9%, em 2020, para 3,8% em 2022 – o dobro.   


Entre os fatores que comprometem a qualidade de vida e, portanto, o futuro de crianças e adolescentes no país, o estudo do Unicef destaca o não acesso de 21,2 milhões de meninas e meninos ao saneamento básico. Parte desse contingente (3,4 mi- lhões) está privada do consumo de água realmente potável. A carência de renda afeta 20,6 milhões e a dificuldade de acesso à informação é realidade para 6,2 milhões. A vida é extremamente difícil para 4,6 milhões que não têm moradia adequada. Outros 4,3 milhões estão fora do sistema educacional e 3,2 milhões são vítimas do trabalho precoce.


O cenário enfrentado por 63% da população infantojuvenil mostra que as políticas públicas estão muito aquém das necessidades reais dessa parcela da população. Entre os objetivos está o de colaborar com os Poderes da República para a construção de programas e projetos que revertam essa realidade, que devem contemplar também os pais e responsáveis das camadas mais vulneráveis.


Para isso, o Unicef faz algumas recomendações às autoridades: ampliar os serviços e benefícios ao público infantojuvenil mais carente; fortalecer o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente; promover segurança alimentar e nutricional; promover a busca ativa dos que abandonaram as salas de aula, principalmente os ainda não alfabetizados; identificar aqueles submetidos à violência do trabalho infantil; e fortalecer os mecanismos de transição dos adolescentes para o mercado de trabalho.


As crianças e jovens são o futuro do Brasil. Esse jargão, sempre presente no discurso de políticos e autoridades, está esgarçado ante a realidade da maioria dos meninos e meninas, exibida em dados do poder público. Impõe-se ao novo governo, efetivamente,   construir um novo cenário. Garantir o que determina o artigo 227 da Constituição de 1988, para que as crianças e os adolescentes se tornem, efetivamente, adultos capazes de exercer, com plenitude, a cidadania e te- nham formação para protagonizar o desenvolvimento do país. Esta é a mudança esperada.


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