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Estado de Minas artigo

O Brasil e o mundo no pós-pandemia

Haverá recessão, juros altos, bolsas em queda, inflação alta e muitas crises. Isso tudo depois de 20 anos de prosperidade


21/06/2022 04:00




João Teodoro
Presidente do Sistema Cofeci-Creci
 
Em 12 de junho, realizou-se, em São Paulo, o 5º Brazil Investiment Forum 2022, cujo foco foi a economia mundial pós-COVID. Segundo o ministro da economia do Brasil, o mundo passa por forte turbulência, por três razões. Tecnicamente, a primeira tem a ver com o Teorema da equalização dos preços dos fatores (Heckcher-Ohlin-Samuelson), que diz: se dois países produzem dois bens com idênticas funções de produção, sem que haja custo de transporte ou restrição ao comércio, a remuneração dos fatores será a mesma para ambos os países.

Há cerca de 30 anos, uma silenciosa revolução vem acontecendo na China, Rússia, Leste Europeu, Sudeste Asiático e Indonésia. Por conta da globalização, 3,7 bilhões de pessoas estão saindo lentamente da miséria. Ocorre que muitas indústrias do Ocidente se mudaram para esses países, porque eles dispõem de mão de obra barata e abundante. O fator mão de obra (barata) tende a equalizar-se, pressionando para baixo os salários no Ocidente. Assim, há 30 anos, os salários ocidentais são comprimidos porque sua demanda foi exportada para a Ásia.

Entretanto, trabalhadores asiáticos, sob forte demanda, são melhor remunerados e estão saindo da miséria. Isso aumenta a pressão política por melhores salários no Ocidente. Se há aumento da remuneração na Ásia, o mesmo deve ocorrer em todo o mundo! Mas o aumento da inflação é inevitável. A segunda razão da turbulência é a pandemia, que rompeu várias cadeias de produção, provocando um choque adverso (negativo) de oferta: mais inflação e menos crescimento ao mesmo tempo. São circunstâncias incontroláveis, que abalam todo o planeta.

Enquanto todos tentavam sair dessas armadilhas, veio a terceira e mais contundente razão da turbulência. A Ucrânia, que produz grãos (alimentos), foi atacada pela Rússia, produtora de gás e petróleo (energia). Resultado: preços de comida e energia sobem descontroladamente em todo o mundo. São, portanto, três grandes choques a um só tempo. O mundo começa a repensar suas cadeias produtivas porque, fora do Brasil, tudo vai piorar. Haverá recessão, juros altos, bolsas em queda, inflação alta e muitas crises. Isso tudo depois de 20 anos de prosperidade.

Todavia, há oportunidades à vista. A secretária do Tesouro americano elucubra que há dois requisitos para atrair investidores internacionais: logística e relacionamento. O investimento tem de estar logisticamente próximo, sem afetação política que impeça a circulação de produtos e energia, e o país tem de ser amigo! Ponto para o Brasil, que se dá bem com todo o mundo. Nosso país busca a prosperidade em todas as dimensões. Fizemos acordos com Mercosul, União Europeia, OCDE, European Free Trade Area. Enfim, nossa economia se move para todos os lados.

Privatizações, redução de impostos (IPI, ICMS), marcos regulatórios, transformação dos bancos públicos (BNDES) e investimentos privados de R$ 800 bilhões garantem o crescimento do país nos próximos anos. No exterior, sem dúvida, haverá recessão. As revisões de crescimento são para baixo. No Brasil, ao contrário, tudo indica crescimento. No pós-COVID, em franca recuperação e aberto aos investimentos, com muita cautela, segurança energética e alimentar, o Brasil é onde tudo vai acontecer. Segundo a OMC, somos a reserva alimentar do mundo!


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