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Humanismo e retrocessos


27/05/2022 04:00

Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

O momento atual requer da sociedade redobrada atenção e comprometimento para enfrentar os graves retrocessos civilizatórios. Esses retrocessos são evidentes e estão, claramente, na contramão dos avanços da ciência e da tecnologia. Constata-se que as conquistas científico-tecnológicas ainda não conduzem a humanidade a parâmetros civilizatórios capazes de garantir a justiça e a defesa de direitos – urgências gritantes. Por isso mesmo, deve-se trabalhar para que esses avanços possam contribuir na recomposição do tecido social, vergonhosamente esgarçado, especialmente quando se olha de perto a sociedade brasileira. Neste horizonte, a Igreja Católica, com suas academias e outros segmentos, trabalha incansavelmente para fazer ecoar a convocação por um Novo Humanismo, inspirado no pontificado do papa Francisco. O Santo Padre oferece novo garimpado da riqueza humanística e espiritual da Igreja – especialista em humanidade. Importante conhecer, é altamente recomendável, a recém-publicada obra intitulada “O novo humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século 21 a partir do papa Francisco”, editora Paulus. O livro reúne uma constelação de especialistas que, a partir do estudo-pesquisa, oferecem abordagens e reflexões qualificadas, com profundidade e fartura de perspectivas sobre os crescentes retrocessos civilizatórios. 

A publicação, quase uma enciclopédia, possibilita leitura atraente, incentivando um investimento humanístico na qualificação do agir cidadão, pela conquista da clarividência nos juízos e configuração de um horizonte inspirador, válido e indispensável. É, pois, indicada para todos os segmentos da sociedade, sobretudo para líderes de todo matiz, políticos, educadores, pais e mães. Recomendada também para profissionais que procuram investir sempre mais nas suas competências, considerando a exigência contemporânea de se superar o conceito de que “bem-sucedido” seja associado apenas àqueles que conquistam o lucro, ostentando muitos bens. No horizonte amplo das crises mundiais, multiplicando cenários de guerra e exclusões que descompassam as relações sociais, torna-se ainda mais urgente vencer o individualismo, acolhendo a convocação do papa Francisco para se viver um novo humanismo, ancorado em atitudes e palavras coerentes com o Evangelho de Jesus Cristo. 

Nesse sentido, as mudanças radicais e impactantes deste tempo precisam ser entendidas a partir de critérios que promovam nova lucidez, capaz de dar rumo diferente a instituições que configuram contextos locais e globais. Igualmente importante, a partir de um novo humanismo deve-se cultivar esperança e, assim, encontrar forças para resgatar a civilização contemporânea do caos. Sensibilizar-se ante o desafio de se enfrentar os problemas atuais, acolhendo indicações para a construção de um tempo novo condizente com as conquistas científico-tecnológicas deste terceiro milênio. Esta obra – “O novo humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século 21 a partir do papa Francisco” – é uma escola de formação e de diálogo, aberta àqueles que reconhecem a própria responsabilidade na transformação do mundo. O momento atual exige a sabedoria para reconhecer a centralidade da vida, em contraposição às lógicas de destruição do planeta. Sem a assimilação e a promoção de um novo humanismo não serão rompidas as barreiras estreitas e prisionais do cenário atual que impõem retrocessos civilizatórios. 

Os retrocessos são muitos, multiplicados por diferentes mecanismos que priorizam interesses mesquinhos em prejuízo do adequado exercício da cidadania. O horizonte interpelante da obra “O novo humanismo: Paradigmas civilizatórios para o século 21 a partir do papa Francisco” precisa ser conhecido por todos a partir de estudos, individualmente ou em grupo, para desmontar estruturas que validam retrocessos, a exemplo da manipulação de letras que deveriam garantir a justiça – e não objetivar favorecimentos lucrativos; ou os ataques irracionais à democracia, pela opção de precipitar tudo e todos no caos, incoerentemente defendendo valores intocáveis, mas com posturas que negam esses mesmos valores. É preciso reagir investindo no estudo, nas reflexões e ações fecundadas por um novo humanismo – caminho para vencer a avalanche de retrocessos civilizatórios da atualidade. 


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