Jornal Estado de Minas

Cibersegurança made in Brazil

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Armsthon Zanelato
Vice-presidente de vendas da ISH Tecnologia

Quem acompanha o noticiário diariamente já percebeu como ataques cibernéticos a empresas de todos os portes e setores de atuação estão crescendo numa velocidade impressionante. Durante 2021, houve um aumento de 54% em incidências de ransomwares em relação ao ano anterior. Em resposta a isso, naturalmente, cresce também a procura por empresas que ofereçam soluções de proteção de dados, cobertura e monitoramento de rede.





Porém, há um questionamento a ser feito aqui: por que poucas dessas soluções são feitas no Brasil, país que delas necessita cada vez mais? E por que isso é importante?

Existe um primeiro motivo mais claro, que não diz respeito à cibersegurança: o preço. Uma solução desenvolvida pela “indústria” local tem uma base de custos em real, sem depender diretamente da cotação do dólar.

Mas existem outras, e talvez mais importantes, razões. Quando falamos sobre Brasil, algumas particularidades aparecem. Infelizmente, nosso país se acostumou a figurar nas posições mais altas de nações que sofrem com ciberataques. Segundo a consultoria alemã Roland Berger, o Brasil foi o 5º país que mais sofreu crimes cibernéticos em 2021. Só no primeiro trimestre houve um total de 9,1 milhões de ocorrências, mais que o ano inteiro de 2020.

Enquanto fatores como nossa grande densidade populacional contribuem para esse problemático ranking, há outros que precisam ser levados em consideração. E para um exemplo disso, não precisamos olhar mais longe do que o PIX. Uma tecnologia de extrema utilidade que se tornou um enorme vetor de ciberataques. Segundo o Banco Central brasileiro, desde sua implementação, no segundo semestre de 2020, já foram vazadas mais de meio milhão de chaves PIX.





Aí é que está a chave para entendermos. O contexto nacional apresenta desafios inexistentes em outros lugares do mundo. E exatamente pelo fato da cibersegurança mais efetiva ser aquela que se adequa à realidade e necessidades do cliente, é fundamental que ela conheça a fundo os problemas que só ocorrem por aqui.

Isso não quer dizer de forma alguma que o que é oferecido por empresas de fora não tem validade para nós, muito pelo contrário. O portfólio de diversas companhias de proteção de dados brasileiras contempla produtos de parceiros estrangeiros. O ponto é que precisamos dessa “adição”; a realidade brasileira requer “respostas” que a conheçam a fundo.

Ainda que seja um contexto incômodo, essa é a nossa verdade e, assim sendo, deve ser tratada. Ela mostra que considerável parte da população brasileira tem muito pouco conhecimento de como ocorrem os incidentes cibernéticos, a ponto de uma “simples” mensagem falsa de WhatsApp poder gerar grandes problemas. Exatamente por isso, e pelas outras questões descritas, soluções de cibersegurança com o “selo” made in Brazil podem ser uma das nossas melhores armas na luta pela proteção dos nossos dados.