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Janeiro Roxo e o combate à hanseníase

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Juliana Chaib Ferreira e 
Jorge Padilla
Dermatologista do Vera Cruz Hospital.
 
 
Em 30 de janeiro será celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. Com o objetivo de conscientizar a população sobre os sintomas e a existência de tratamento para essa doença, tão estigmatizada e negligenciada, criou-se o “Janeiro Roxo”.




O Brasil é o segundo país em número de casos de hanseníase no mundo, ficando atrás somente da Índia. Em nosso país ocorrem cerca de 30 mil novos casos da doença por ano. A enfermidade, antigamente conhecida como lepra, ainda traz o preconceito e a discriminação. Isso ocorre pela generalizada falta de informação da população a seu respeito.
 
No passado, as pessoas que tinham hanseníase eram afastadas da sociedade e encaminhadas para centros de tratamentos, conhecidos como “leprosários”, onde permaneciam isoladas para o resto da vida, sem contato com os familiares. Isso acontecia por não existir medicamento eficaz. Hoje em dia a situação é completamente diferente. Os pacientes não precisam ser internados e excluídos da sociedade, pois existe tratamento eficaz, inclusive fornecido gratuitamente pelo governo.
 
A doença, infectocontagiosa, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. O homem é a única fonte de transmissão, a qual ocorre por meio do ar, por gotículas de saliva e aerossóis eliminados pelas vias aéreas. O contágio ocorre somente por contato íntimo e prolongado com uma pessoa doente e os sintomas podem demorar em torno de cinco anos para aparecer, pois o bacilo se reproduz muito lentamente. Um dado importante: somente 10% das pessoas não nascem com defesas naturais contra a bactéria.




 
Os sinais e sintomas são manchas na pele (brancas, avermelhadas ou acastanhadas) associadas à diminuição ou ausência de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa; fraqueza muscular; sensação de formigamento; inchaço e dor nas mãos e pés; choque, fisgada e dormência nos nervos acometidos; perda de pelos em algumas áreas; feridas e ressecamento no nariz; pele seca; febre e mal-estar. Caso apresente algum deles, é importante procurar um dermatologista. Quando não tratada, a hanseníase pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades, redução ou perda de movimentos e até mesmo mutilações.
 
Seu controle é desafiador, pois existe uma dificuldade, inclusive pelos profissionais da área de saúde, por falta de conhecimento, em se fazer o diagnóstico precoce. Além do estigma já citado, que precisa ser enfrentado e modificado, pois existe tratamento.
 
Nós, do Vera Cruz Hospital, oferecemos todos os instrumentos para a detecção por meio da consulta com o dermatologista, que faz o exame clínico de avaliação das manchas, palpação dos nervos, teste de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa e a biópsia de pele, se necessária. Feito o diagnóstico, o paciente é encaminhado ao posto de saúde municipal para ser tratado com antibióticos. Logo no início, a doença já deixa de ser transmissível.
 
É importante acabar com o preconceito e procurar assistência médica, pois o tratamento precoce é a única forma de evitar danos nos nervos e sequelas irreversíveis.




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