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Estado de Minas editorial

Lições que ainda é preciso aprender

É preciso maior envolvimento das autoridades adotando políticas públicas de saúde e gestão mais eficiente na maior crise sanitária que o planeta já enfrentou


21/01/2022 04:00





A explosão de casos de COVID-19 provocada pela variante Ômicron em todo o mundo reacende o sinal vermelho e o questionamento sobre o que esperar para este ano. Especialistas estimam novos recordes de contaminação pelo coronavírus nas próximas semanas. No Brasil, algumas regiões já estão com hospitais e postos de saúde operando no limite da capacidade; faltam testes e a livre circulação de pessoas sem uso de máscaras traz o temor de colapso do sistema público de saúde. O avanço da nova cepa também tem provocado o afastamento de profissionais que atuam na linha de frente por doenças e esgotamento físico e mental.

Com um poder de disseminação muito rápido, a Ômicron tem se alastrado rapidamente, e como não há testes suficientes, os números da COVID-19 – embora altíssimos – acabam sendo subnotificados. O Brasil e estados como Minas Gerais voltaram a registrar recordes de novos casos em 24 horas. Mais de 620 mil pessoas já morreram pela doença desde o início da pandemia, e esse número só não é maior porque 69,5% da população brasileira com mais de 12 anos já está completamente vacinada. A boa notícia, diante desse tsunami de casos, é que as crianças de 5 a 11 anos enfim começaram a ser imunizadas no país na semana passada.

Na última segunda-feira, dia 17, o Brasil completou um ano do início da imunização contra o coronavírus. Mais de 349 milhões de doses já foram aplicadas no país. Diferentemente do que dizem adeptos de teorias antivacinas, o imunizante protege contra as formas mais graves do vírus e é fundamental para frear o número de hospitalizações e mortes pela doença. Tanto é verdade que quase 90% dos que estão em CTIs ou morrendo atualmente são pessoas que não tomaram a vacina ou não completaram o esquema vacinal.

Mas, diante de uma variante com poder de disseminação tão violento como a Ômicron, é fundamental redobrar todos os cuidados para evitar uma catástrofe. Um dos maiores cientistas brasileiros, Miguel Nicolelis fez um alerta sobre os riscos de acreditar que essa cepa é branda, como muitos vêm pregando, e retomar a rotina pré-pandemia. Segundo ele, é falso falar que a variante é menos agressiva e letal.

O temor é que a livre circulação e aglomerações nas festas e viagens de férias possam provocar novas mutações no vírus e criar cepas muito mais resistentes e com alto grau de letalidade.

Diante desse cenário, o trabalho de informação continua fundamental para combater fake news sobre a doença e a vacinação. Essa nova variante, que já está se tornando predominante em todo o mundo, é extremamente infecciosa e se espalha rapidamente. Como muitas pessoas ficam assintomáticas ou têm sintomas leves e não fazem a testagem, acabam disseminando o vírus.

Por isso, mais do que nunca, é importante reforçar, mais uma vez: o momento não é de baixar a guarda e circular normalmente pelas ruas, sem uso de máscaras, frequentar shows e estádios de futebol, pensar em carnaval e em se aglomerar.

Dois anos depois, a sensação é de que ainda falta muito a aprender com a pandemia. A guerra contra a COVID-19 não acabou. É preciso maior envolvimento das autoridades no sentido de adotar políticas públicas de saúde e uma gestão mais eficiente da maior crise sanitária que o planeta já enfrentou, a fim de quebrar o ciclo de transmissão das variantes.

Além disso, apoiar cientistas e especialistas da área de saúde no combate à desinformação que circula sobretudo via redes sociais é fundamental para ajudar a evitar uma tragédia muito maior do que a que já estamos enfrentando desde o início desta pandemia.


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