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Estado de Minas editorial

Nova cepa põe o mundo em alerta

Os viajantes de países africanos devem, no entendimento da Anvisa, ficar em quarentena pelo menos cinco dias


27/11/2021 04:00




O pesadelo não passou. O planeta está em alerta, após a identificação da variante Ômicron (B.1.1.529) do novo coronavírus, com maior velocidade de transmissão e letalidade. A cepa foi identificada em seis países ao sul do Continente Africano (África do Sul, Botsuana, Suazilândia, Lesoto, Namíbia e Zimbábue). Ela chegou à Europa, que enfrenta a quarta onda da pandemia da Sars-Cov-2 – o primeiro caso foi confirmado em uma mulher na Bélgica. Mas há informações de que teria chegado também a Israel. Cientistas ainda não sabem se as pessoas com ciclo de imunização completo estão protegidas da Ômicron, considerada uma “variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por especialistas.

No Brasil, desde quinta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está atenta diante do agravamento da crise sanitária em vários países europeus. Ontem, emitiu recomendação ao governo brasileiro para que imponha medidas de restrições aos voos procedentes da África, bem como seja exigido o passaporte de vacinação aos que chegarem ao Brasil. Os viajantes de países africanos devem, no entendimento da Anvisa, ficar em quarentena pelo menos cinco dias.

A orientação da Anvisa, responsável pela validação das vacinas disponíveis no país, esbarrou na resistência o presidente da República. “Que loucura é essa? O vírus já está aqui dentro”, reagiu Jair Bolsonaro, ao ser indagado sobre sugestão da agência. Felizmente, no início da noite, o bom senso prevaleceu e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, avisou que o país vai restringir a entrada de viajantes oriundos dos seis países africanos. “O Brasil fechará as fronteiras aéreas para seis países da África em virtude da nova variante do coronavírus”, escreveu ele em uma rede social. Portaria nesse sentido será publicada neste sábado e deverá vigorar a partir de segunda-feira. Não havia outra alternativa.

É importante ressaltar que não há mais espaço para negacionismo no Brasil. Mais de 600 mil cidadãos perderam a vida para a COVID-19. Portanto, todas as medidas necessárias para evitar mais uma catástrofe devem ser tomadas tempestivamente. O país não pode ser mais visto como epicentro da pandemia. Apesar de todos os erros do governo, os problemas foram superados, a vacinação avançou e o número de casos e de mortes caiu. É verdade que alguns estados flexibilizaram antes da hora as regras de proteção da população. Mas, ante o que se vê na Europa e na África, a mesma agilidade terá de prevalecer se for necessário o retorno do uso das máscaras onde ele foi abolido. Também o distanciamento social voltará a ser regra.

A precaução se torna imprescindível, pois várias capitais e cidades menores planejam grandes eventos públicos tanto no Natal quanto no ano-novo e no carnaval, que levam, inexoravelmente, à aglomeração de pessoas. Até hoje, o país vacinou 61,7% da população com as duas doses. Quase 40% ainda não estão imunizados completamente, entre eles, muitos que rejeitam a vacina e se tornam vetores da doença. Os dados revelam que quase 90% dos que morreram nas últimas semanas não estavam vacinados. Prevenir não é sinônimo de covardia, mas medida inteligente e sinal de esperteza daqueles que são aliados e prezam pela vida dos cidadãos.


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