Pedro Luiz Pezoa
CEO da Pointer, startup voltada para contratações
Até o último ano, o setor de recursos humanos sofria com a escassez de ferramentas digitais para a otimização do trabalho. Com a chegada da pandemia e a implementação do home office, a modernização tornou-se praticamente obrigatória no setor. Uma alternativa foi a adoção de metodologias-padrão já presentes no mercado para automatizar os processos, como reuniões on-line e interações por ferramentas de redes sociais já consolidadas, que facilitam uma comunicação fácil.
Apesar de ter sido uma saída rápida e eficiente para o mundo corporativo, a automatização de todos os processos pode ser um caminho perigoso, já que o setor lida diretamente com pessoas. Como manter a equipe engajada, motivada, eficiente e, ao mesmo tempo, presente em todas as comunicações horizontais e verticais da empresa remotamente?
Assim como todas as questões ainda sem respostas presentes na pandemia, a transformação digital no setor de recursos humanos é um desafio que precisa ser debatido para ser melhorado. Um exemplo prático que envolve o início da jornada do colaborador: como fazer um processo seletivo de forma eficiente, rápida, certeira para a empresa e ao mesmo tempo sem esquecer que existem seres humanos envolvidos nesse processo?
O cenário desafiador se tornou um ponto de partida de empresas inovadoras, pensando em amenizar todas as dores das empresas que buscam profissionais de qualidade. A utilização de inteligência artificial, considerando diversas variáveis que interligam o candidato ideal para a vaga, transformou a tecnologia em uma aliada dos departamentos de RH.
Apesar de um avanço importante, o RH vai além da contratação: o onboarding, relacionamento com os colaboradores, alinhamento da cultura da empresa e outras variáveis são imprescindíveis para a saúde da empresarial.
A nova realidade de trabalho remoto abriu as portas de um novo gargalo a ser superado: 73% dos trabalhadores consideram o trabalho remoto mais satisfatório do que o presencial, segundo estudo da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Assim, algumas empresas já anunciaram o trabalho remoto permanente ou de forma híbrida – e o RH vai precisar acompanhar a nova realidade.
O acompanhamento deve envolver ainda mais empatia, e o “H” da sigla: confiar nos funcionários, aplicar uma gestão amiga e orientativa, fornecer recursos necessários para que o trabalho seja confortável e saudável e – um dos mais importantes – ouvir.