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Estado de Minas editorial

Juros contra a inflação

O controle do custo de vida é preponderante para que a economia retome a normalidade e o crescimento deslanche


23/09/2021 04:00

O Banco Central seguiu à risca o roteiro traçado e aumentou ontem a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 5,25% para 6,25% anuais, o nível mais elevado em dois anos. Foi a quinta alta consecutiva, e o Comitê de Política Monetária (Copom) já avisou que, em outubro, subirá os juros em mais um ponto, para 7,25%. Nesse patamar, a taxa Selic já superará aquela entregue por Michel Temer a Jair Bolsonaro durante a mudança de governo — de 6,50%.

Não havia alternativa para o BC. A inflação está em disparada. Em janeiro deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulava, em 12 meses, variação de 4,96%. Em agosto, também na mesma medida, o indicador alcançava 9,68%, ou seja, praticamente dobrou. A carestia está destruindo o poder de compra da população, sobretudo a mais pobre. Para as empresas, a onda de remarcações de preços tira toda a previsibilidade da economia.

Como alertou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a instituição não pode fazer, sozinha, o trabalho de levar a inflação para níveis civilizados. É necessária a ajuda do Palácio do Planalto, que tem sido uma fonte constante de incertezas. Ao estimular a crise política, o governo incentiva uma corrida dos investidores por dólar como proteção. A moeda mais cara impacta toda a cadeia produtiva. No limite, as fábricas repassam custos aos consumidores.

Para piorar esse quadro, os agentes econômicos estão muito preocupados com os rumos das contas públicas. O Ministério da Economia tem tentado convencer os analistas de que a redução do déficit fiscal deste ano para menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) é para valer. Os especialistas, porém, não acreditam, por causa de ações como a proposta de parcelamento dos precatórios para que o governo possa reforçar o Bolsa-Família, ou Auxílio Brasil, em um ano de eleição.

Do ponto de vista do crescimento econômico, o aperto monetário promovido pelo Banco Central é péssimo. O ritmo da atividade está em franco processo de desaceleração e as projeções apontam para crescimento abaixo de 1% no ano que vem. Juros mais altos encarecem o crédito, uma mola propulsora do consumo e dos investimentos produtivos. A taxa Selic maior veio se somar ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Sem empréstimos, muitos setores ficam de mãos atadas. Isso vale, principalmente, para a construção civil e a indústria automotiva.

Vale lembrar que, com o estrago atribuído ao governo – que errou demais no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus –, o Brasil retornou ao ranking das maiores taxas reais de juros do mundo. Aqui, está em 3,34% ao ano, atrás apenas da Turquia, com 4,96%, numa lista que inclui 40 nações. Não é um troféu a ser ostentado, muito pelo contrário. Reforça o quanto há desajustes no país.

Espera-se que a ação do BC atinja seus objetivos e empurre a inflação de novo para a meta, que, em 2022, foi definida em 3,5%, podendo oscilar 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O controle do custo de vida é preponderante para que a economia retome a normalidade e o crescimento deslanche, resultando em mais emprego, melhor distribuição de renda e redução da pobreza.


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