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Polarização consolidada


17/09/2021 04:00

Márcio Coimbra
Coordenador da pós-graduação em relações institucionais e governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, cientista político, mestre em ação política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-diretor da Apex-Brasil. Diretor-executivo do Interlegis no Senado Federal


As manifestações que buscaram unir os nomes que desejam evitar a polarização política que se impôs no Brasil foram um fracasso. A baixa adesão do público tem inúmeras explicações. Entretanto, não é possível dissociar-se do fato de que sem um líder, um nome que represente o grupo, os votos da chamada terceira via serão pulverizados por diversos candidatos, fortalecendo o duelo entre Lula e Bolsonaro.

Aquilo que vimos no dia 7 foi o ápice do bolsonarismo em estado puro, impulsionado em larga medida pelo governo e especialmente pelos 14% da população que votariam no presidente em qualquer circunstância. Esse é um voto fiel e, assim como o petismo, está disposto a ir para as ruas para defender suas bandeiras. As manifestações em prol de Bolsonaro foram basicamente alavancadas por essa lógica.

Isso significa que o presidente não ampliou sua base, mas buscou, em larga medida, sedimentá-la, certo de que seus 14% podem ser acrescidos de um contingente de votos que pode levá-lo ao segundo turno. Para chegar ao duelo final com Lula, o bolsonarismo precisa atrair entre 20% e 25% dos votos, dependendo do movimento e escolha dos candidatos ou candidato que irá representar a terceira via.

As manifestações do dia 12 podem ser o início de um caminho que pode unificar aquilo que se convencionou chamar de centro, tentando servir como alternativa ao modelo de polarização já desenhado para as eleições presidenciais. A adesão baixa, entretanto, mostra que a trilha será longa e que o eleitorado disponível para optar por este projeto deseja mais do que os organizadores planejaram e propõem.

Diante do desenho que vemos atualmente, o cenário está posto com a pulverização do centro e a polarização da eleição entre Lula e Bolsonaro, a não ser que um efeito manada a poucos dias da eleição possa mudar os pilares de posição. Isso significa a chance de o imponderável se debruçar sobre a eleição, retirando Bolsonaro do jogo ainda no primeiro turno, impulsionando um nome que possa vencer Lula. Isso seria o eleitorado fazendo o trabalho que os políticos falharam em organizar.

Se nada disso acontecer, dependendo dos movimentos das peças, Lula pode vencer ainda no primeiro turno. Sem uma terceira via definida, Lula pode recolar-se no centro com um vice que agrade aos mercados e aos moderados, uma missão sob medida para um nome como Henrique Meirelles e o PSD de Gilberto Kassab. Ao lado de Meirelles, Lula acena ao mercado e ao centro, reposicionando o jogo e deixando aqueles que desejam ocupar a terceira via sem rumo definido. A chance de vitória se impõe com solidez.

A fraca adesão nas manifestações do dia 12 delineia caminhos que precisam ser considerados, desde a possibilidade de vitória de Lula ainda em um primeiro turno, passando pela surpresa de um nome da terceira via despontar na reta final ou mesmo um segundo turno entre Bolsonaro e Lula. Fato é que todos os cenários passam pela polarização. Para o eleitor, nada surgiu para desmontar esta realidade.


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