Jornal Estado de Minas

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A estação das doenças respiratórias


Tarcimara Moreira da Silva
Coronel-PM, otorrinolaringologista e diretora do Departamento de Saúde da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais  

Como sempre, o inverno tem cumprido sua promessa: dias mais quentes e madrugadas muito frias, bem como diminuição na porcentagem da umidade do ar. Essas características são tão previsíveis quanto o surgimento de doenças respiratórias nessa estação. Mas por que isso ocorre?

É importante ressaltar que essas doenças, que se relacionam com as condições climáticas são, majoritariamente, infecciosas – causadas por vírus ou bactérias. Mas, ao contrário do que muitos acreditam, o frio não é o principal vilão para o desenvolvimento constante de vírus e bactérias no inverno.





Acontece que, nesta época do ano, ocorre aumento da poluição ambiental, bruscas alterações na temperatura e ar seco. Além disso, nos períodos de frio intenso, é comum que as pessoas fiquem em ambientes com pouca circulação do ar, o que propicia a transmissão de bactérias e viroses, bem como o surgimento de doenças respiratórias.

Em função da pandemia do novo coronavírus, os cuidados devem ser redobrados, pois aumenta o período que as pessoas passam dentro de casa. Normalmente, vive-se cerca de 90% a 98% do tempo em ambientes fechados, sendo 40% nos quartos.

Assim, o inverno pode facilitar a incidência de doenças bacterianas como amigdalite, sinusite, otite, pneumonia e, inclusive, meningite. Já os resfriados são causados por mais de 200 vírus diversos, sendo fundamental a adoção de medidas de prevenção, como higiene das mãos antes de comer ou de cozinhar, depois de ir ao banheiro e de limpar o nariz, por exemplo.





Essas doenças podem ser minimizadas com outros cuidados simples, como uso de máscara, álcool em gel, evitar tocar mucosas dos olhos, boca e nariz, proteger a boca ao tossir e manter uma dieta balanceada com ingestão de frutas, legumes e verduras e a ingestão de líquidos.

É preciso, também, enfatizar as recomendações de saúde pública já conhecidas: evitar aglomerações e manter distanciamento físico e social. E, em caso de sintomas como coriza, espirro e tosse, é fundamental que o paciente procure assistência médica e não se automedique.

A influenza, por sua vez, é uma infecção respiratória aguda, que possui comportamento sazonal e que é potencializada em estações mais frias. Assim, as pessoas que englobam o grupo prioritário elegível pelo Ministério da Saúde devem procurar vacinar-se contra o vírus, em quaisquer unidades básicas de saúde (UBS).

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