Jornal Estado de Minas

EDITORIAL

Foco nas apurações

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A prorrogação por mais 90 dias dos trabalhos da CPI da COVID no Senado, oficializada na semana passada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), impõe novo desafio e aumenta a responsabilidade dos membros da comissão, no sentido de apresentar resultados objetivos ao país. Com o novo prazo, a investigação parlamentar, que estaria próxima do encerramento, ganha fôlego para se estender até o início de novembro, embora possa ser concluída antes disso.





Primeiramente, é importante que se aproveite o tempo do recesso deste meio de ano no Congresso Nacional para aprofundar as apurações, analisando detalhadamente o grande volume de documentação requisitada e o conteúdo dos depoimentos já colhidos. Com a prorrogação, muitos documentos mais poderão ser obtidos e tantos outros depoentes, interrogados.

O mais importante, porém, é que a comissão tenha como claro objetivo exatamente o que é sua função: investigar as denúncias sobre falhas ou até crimes no combate à pandemia do novo coronavírus. E não servir de palanque para estéreis debates políticos entre opositores do governo, com a intenção precípua de desgastá-lo, e aliados do Planalto, dedicados prioritariamente a defendê-lo.

O que a população espera, de fato, é que as investigações deem respostas fundamentadas às perguntas que motivaram a criação da CPI: se houve descaso, negligência ou omissão de membros do governo na compra de vacinas e na adoção de outras medidas de enfrentamento à pandemia; e que responda também a outras questões tão graves quanto ou mais, que surgiram durante o processo, como as suspeitas de corrupção em negociações para a compra de imunizantes.





Portanto, senhores senadores integrantes da comissão parlamentar de inquérito, situacionistas ou oposicionistas, de quaisquer que sejam os partidos ou campos ideológicos, vamos deixar de lado interesses e projetos políticos pessoais, tirar o foco das eleições do ano que vem e concentrar esforços num serviço sério de apuração.

E que, ao final dos trabalhos, se apontem comprovadamente os erros e crimes que eventualmente tenham colaborado para o elevadíssimo número de mais de meio milhão de mortes pela pandemia no Brasil, e, principalmente, quem foram os responsáveis.

audima