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Estado de Minas EDITORIAL

Todo mundo de olho em Brasília


18/07/2021 04:00

No momento em que o Brasil registra, pela primeira vez, queda simultânea no número de casos, de mortes e de internações por COVID-19, o Estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal, será palco de uma experiência que deve servir de exemplo para iniciativas do gênero em todas as unidades da Federação. Na próxima quarta-feira, pela primeira vez desde o início da pandemia, o país terá uma partida de futebol aberta à torcida, como vimos, a distância, nas arenas em que foram disputadas a Eurocopa.

Nesse dia, o Mané abrirá as portas ao público na partida em que o Flamengo enfrentará o Defensa Y Justicia, da Argentina, pelas oitavas de final da Libertadores da América. Pelo protocolo estabelecido pelo governo local, terão acesso à arena torcedores que concluíram o ciclo de imunização com as duas doses de vacina contra a COVID-19 ou, no caso da Janssen, com dose única. E, também, aqueles que apresentarem teste PCR negativo contra a doença. Além disso, no interior do complexo, cada grupo, o de vacinados e o de negativados, ocupará setores distintos.

De forma geral, sanitaristas concordam que o Brasil passa pela desaceleração nos indicadores e atribuem a melhora ao avanço da vacinação. Até a sexta-feira, quase 57% da população adulta (mais de 91 milhões de habitantes) havia recebido pelo menos uma dose da vacina. Mas apenas 20,7% desse público tinha sido completamente imunizado. Apesar da melhora nos indicadores, especialistas ressaltam que o ritmo da vacinação, que ficou abaixo de 1 milhão de doses por dia na última semana, ainda é lento. Por isso, alertam, não é hora de relaxar nas medidas de proteção contra o vírus, como o uso de máscara e o distanciamento social.

Os especialistas veem com apreensão, principalmente, o aumento na circulação de pessoas pelo país e a confirmação de que a temida variante Delta, identificada primeiramente na Índia, já teria transmissão comunitária no Brasil. Até a sexta-feira, 27 casos da mutação tinham sido confirmados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para justificar o temor, eles citam a situação de países onde a vacinação se encontra em estágio mais avançado e, mesmo assim, enfrentam nova escalada de contágio devido a essa mutação.

É o caso dos Estados Unidos, onde em torno de 50% da população está completamente imunizada, mas a vacinação perdeu fôlego, apesar de não faltarem vacinas. Lá, nas duas últimas semanas, houve aumento de 121% nos diagnósticos de infecções pela Delta e 9% no de mortes pela nova cepa. Desde ontem, em Los Angeles, o condado mais populoso dos EUA, o uso de máscaras voltou a ser obrigatório em espaços fechados. No Reino Unido, o primeiro-ministro, Boris Johnson, adiou o fim das restrições devido à Delta. Portugal adotou toque de recolher. E a Austrália, um dos primeiros países a voltar à normalidade, anunciou lockdown em Sydney para combater a mutação.

Na última quarta-feira, no lançamento do Boletim Observatório COVID-19 da Fiocruz, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz destacaram os bons resultados da vacinação, mas alertaram para a disseminação das novas variantes do coronavírus no Brasil. “A primeira coisa importante é a notícia positiva. Pela primeira vez, tivemos queda simultânea nos indicadores de casos e óbitos, além da queda da taxa de ocupação de leitos de UTI na maior parte dos estados”, analisou Carlos Machado, um dos autores do estudo. Ele ressalvou, no entanto, que a situação ainda pede cautela. “A maior parte do país está numa situação que exige cuidados, com nível moderado a alto da pandemia”, alertou. É por isso que as atenções, nesta semana, se voltam para Brasília. O cuidado dos torcedores que irão ao estádio, sobretudo com o uso de máscaras e o distanciamento possível, será crucial para determinar o sucesso ou fracasso da experiência.  


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