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Quem são nossos jovens


11/07/2021 04:00

André “Bodão” Marcos
Especialista em história do Brasil e gestão escolar, é professor do Colégio Positivo e assessor pedagógico no Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento (CIPP),  do Grupo Positivo

No século 20, os jovens percebem que suas vidas são dominadas pelo cenário político e vemos as primeiras reações aos governos. Muitos jovens, integrantes de partidos e agremiações de esquerda, divergem da ideia da guerra patriótica e se lançam na política. Porém, o grande salto vem depois da Segunda Guerra Mundial, quando a geração dos baby boomers chega às universidades.

A partir dos anos 1950, os jovens começaram a se interessar e, principalmente, participar do cenário político dos Estados Unidos, Europa e América Latina. Os movimentos estudantis chegaram a suplantar os movimentos operários durante o período das ditaduras militares na América do Sul. Os jovens entraram definitivamente na luta por melhorias sociais, políticas e econômicas. Manifestações surgiram no mundo todo, e, lembrem: ainda não havia redes sociais.

Na França, o Maio de 68, promovido pelos estudantes, abalou as estruturas tradicionais do país e influenciou os estudantes brasileiros na luta contra a ditadura em terras tupiniquins. Com a morte do estudante Edson Luís e a Passeata dos Cem Mil, os jovens marcaram seu nome na história do Brasil. “Caminhando e cantando”, “Sem lenço, sem documento”, eles avançavam em suas ideias de sociedade e organização política.

Nos anos 70 e 80, com o arrefecimento da Guerra Fria, com algumas conquistas ligadas aos direitos civis e devido ao final gradativo das ditaduras latino-americanas, os jovens daquele período, segundo Mário Sérgio Cortella, “perderam” o interesse pelas lutas coletivas e passaram a se dedicar ao seu desenvolvimento e enriquecimento próprio. É o que chamamos na história de geração yuppie, influenciada pelas diretrizes do neoliberalismo e da Era Reagan/Thatcher.

Nos anos 90, com o fim da União Soviética (1991) e da Guerra Fria, a geração Z, conhecidos como nativos digitais, perderam ainda mais o interesse pela política, pois as mudanças são muito lentas e o descrédito na classe política é muito grande.

Nos anos 2000, assistimos a algumas manifestações de jovens, como na Primavera Árabe (2008), quando, por meio das redes sociais, os movimentos pela democracia em países governados por ditaduras há décadas conseguiram derrubá-las. No Brasil, em 2013 e 2014, também tivemos várias manifestações dos jovens estudantes nas ruas exigindo, principalmente, maior honestidade da classe política.

Os mais velhos, como eu, dizem que essa geração atual, chamada pejorativamente de “floco de neve”, é muito “fresca” e cheia de “mimimi”. Mas basta uma análise superficial para vermos o quanto isso está errado.

Os jovens dos anos 2020 sabem reivindicar seus direitos, apresentam ideias excelentes para a resolução dos problemas atuais – basta frequentar as feiras de ciências das escolas e universidades do país –, além de não aceitar qualquer forma de intolerância, discriminação ou racismo. Como educador, fico muito orgulhoso quando um jovem em sala de aula balança a cabeça em sinal de negação ao ouvir uma expressão discriminatória ou piadinhas estilo anos 80. Não precisamos recriar a geração dos anos 60, como muitos dizem... Precisamos dar oportunidades a essa geração de participar do cenário político.


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