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Estado de Minas artigo

Impasse na Ferrogrão adia progresso logístico

É um retrocesso pensar que o escoamento de mercadorias tão essenciais ainda seja prioritariamente dependente das rodovias


30/04/2021 04:00





O Brasil é o país que tem maior concentração logística com escoamento realizado pela malha rodoviária, movimentando 75% das nossas mercadorias, seguida da marítima com 9,2%, aérea com 5,8% e da ferroviária com apenas 5,4%, além de cabotagem e hidroviária, que juntas não chegam a 4%, segundo dados da pesquisa Custos Logísticos no Brasil, da Fundação Dom Cabral (FDC).

Diante desses fatos, ampliar a malha ferroviária com um projeto como a Ferrogrão, importante ferrovia para o escoamento de commodities como o milho, soja e farelo de soja, açúcar, etanol e muitas outras mercadorias da região Norte, significa a otimização do progresso logístico nacional.

Os impasses envolvendo as áreas de conservação ambiental na rota da ferrovia devem ser incluídos urgentemente na agenda nacional, na busca imediata por soluções a todos os envolvidos. No entanto, a paralisação acaba por mitigar todo o avanço do modal ferroviário, que, diferente das obras na malha rodoviária, requer desenvolvimento contínuo e de longo prazo para que possa ser estendido a cada troca de liderança governamental.

Sabemos o quanto o modal rodoviário é benéfico para o desenvolvimento econômico do país, tanto para manutenção da infraestrutura quanto para a movimentação da indústria de veículos pesados e o mercado de combustível, por exemplo. Além disso, faz a conexão de embarcadores e transportadoras de toda a cadeia de suprimentos à força de trabalho massiva realizada com êxito pelos nossos caminhoneiros.

Vale destacar o potencial de crescimento do modal ferroviário que, segundo dados do Painel CNT do Transporte Ferroviário da Confederação Nacional do Transporte, movimentou, apenas em setembro de 2020, 48,25 milhões de toneladas úteis (TU), crescimento de 8,9% ante o mesmo período de 2019, que registrou 44,3 milhões de TU.

A relevância do setor também é reforçada pelas concessionárias associadas à Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) que, em comparação com fevereiro de 2020, apresentaram crescimento de 1,1% no volume transportado em fevereiro de 2021 – no mesmo período, o transporte de carga geral registrou aumento de 4,2%. Já na comparação mês a mês, de janeiro para fevereiro deste ano, o crescimento foi de 66%, passando de 4,9 milhões para 8,2 milhões de cargas transportadas pela malha ferroviária brasileira.

Portanto, é um retrocesso pensar que o escoamento de mercadorias tão essenciais ainda seja prioritariamente dependente das rodovias. Precisamos reconhecer o trabalho realizado pelo modal ferroviário brasileiro e apoiar sua expansão, pois, assim, avançaremos com a logística sobre trilhos, unindo importantes polos produtores do país em prol de um objetivo em comum e favorável a todos: o progresso.


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