(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Tancredo e o telefone, Bolsonaro e os falsos amigos


19/04/2021 04:00

Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista


Cada um, cada país, tem a entrada da mata sombria, seu Cajuru, em tupi-guarani, que merece. O nosso já tem, no Senado, com todo respeito, o seu.

Pois não deu outra. O Kajuru, senador goiano, mostrou a que veio e ao que é capaz, estarrecendo e revoltando as pessoas de bem, de bom comportamento, que ainda existem, e resistem, felizmente, a contaminações deletérias da escumalha politica.

Falso amigo do presidente Jair Bolsonaro, telefonou para ele, que atendeu, confiando em amizade e solidariedade partidária.

A conversa foi livre e franca, no costumeiro estilo imprudente do chefe da Nação. Que analisou e criticou a situação atual do país em face da COVID-19. Usou de palavras duras, até os chamados palavrões, para se queixar daqueles que, todos sabemos, não se preocupam em criar condições capazes de controlar a pandemia, que tanto mata e paralisa o país, mas tudo fazem, até usando o vírus, para prejudicar e tentar derrubar os governantes eleitos e nomeados por Bolsonaro, responsáveis pelo combate à corrupção e pela extinção das mamatas e mutretas de que eles, os opositores, se fartavam  na era petista/marxista.

O que ninguém, nem Bolsonaro, poderia imaginar é que a conversa pelo telefone estaria sendo gravada pelo Kajuru, pois, além de aético, o procedimento, gravar conversa do presidente sem sua autorização, é crime. E pior, que a conversa  gravada, criminosamente, seria divulgada  pelo falso amigo e correligionário.

A verdade, insisto, é que em uma conversa particular com uma pessoa amiga, pode-se usar de expressões consideradas grosseiras, palavrões e fazer qualquer tipo de comentário. É o que todos fazem, os que agora acusam Bolsonaro  "pelo linguajar vulgar". Inclusive os jornalistas.
O tal "porta de entrada da mata", o autor da cajurada disse, depois da confusão política que provocou, que "nunca mais conversarei com Bolsonaro". Ora essa, Bolsonaro, a vítima da trama, é que não conversará, se juízo tiver, nunca mais com o traidor.

Kajuru já foi punido pelo partido em cuja chapa se elegeu, o Cidadania, que  pediu para ele sair da sigla ou será expulso. Tem sido muito criticado em todas as áreas, até por um dos comentaristas da Globo News. Falta a maior, a do Senado, sua casa.

Bolsonaro deveria aprender a agir e falar com e sobre política com um mineiro famoso pela sua habilidade em lidar com situações difíceis. Tancredo Neves nunca deu um fora.
Foi de Tancredo o ensinamento que o presidente deveria ter aprendido e seguido. Eu ouvi dele mesmo, no Palácio da Liberdade, quando alguém  comunicou a ele que "amanhã telefono para você". A pessoa saiu e ele comentou: "Só uso telefone para marcar hora no dentista". Sábio mineiro. E em um tempo ainda sem celular e com menos safadezas, como a de gravar e divulgar conversas particulares. Especialmente com presidentes.

NO LIMITE

O STF, por 10 a 1, aprovou a criação, pelo Senado, de uma CPI para apurar possíveis omissões e irregularidades praticadas pelo governo federal no combate à COVID-19. CPI proposta pelo ministro Luis Roberto Barroso, com endereço certo para atingir e justificar o impeachement do presidente Jair Bolsonaro. Sempre acusado pelos inimigos, como Barroso, de ter descuidado do tema.
Além de falar muito, e melhor faria se só falasse o essencial, o tão perseguido presidente não é muito feliz na escolha de dirigentes de órgãos governamentais

Até no preenchimento de vagas em tribunais. Ao contrário de Lula e Dilma,  craques no assunto, cercando-se nas cortes superiores de seguidores fidelíssimos, Bolsonaro raramente acerta uma.
Esta unanimidade contra ele no caso da CPI da COVID no Supremo mostra bem o que todos comentam: "Nem o Kassio Nunes!"

É, está tudo ruim. Como Bolsonararo desabafou, "O Brasil está no limite". Nós todos estamos. Com pandemia, com um deputado sugerindo greve geral dos médicos, com um STF desmoralizado, com os seus integrantes idem, quem pode ignorar a ruindade?

SUPREMO EM QUÊ?

O Supremo Tribunal Federal, – supremo em quê? –  confirmou, ao cassar todas as condenações impostas pelo juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, ao ex-presidente Lula da Silva, que não passa de um bando de falsos e nada confiáveis manipuladores das leis e do direito. Para não dizer coisa pior.
Dos onze titulares, oito votaram pela anulação das sentenças e dos processos respectivos. Foram eles o relator Luis Fachin, os já desacreditados Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Dias Toffoli, a mineira Cármen Lúcia, vergonha para Minas, os da bancada lulista Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Rosa Weber.

Quase todos retribuindo ao considerado o maior corrupto da nossa história, ou à sua influência, a nomeação para o Supremo. Pelo menos, são agradecidos...

Três se salvaram do naufrágio condignamente, os ministros Nunes Marques, o mais novo na Casa, Luiz Fux, presidente (bravo!), e Marco Aurélio Mello, fazendo jus aos elogios que já fiz a ele.
O melhor que posso fazer, o mais prudente – para não ir além do que a revolta, que não é só minha, mas de todos os homens de bem, me provoca –, é parar por aqui. Vamos deixar e desejar que os que sujaram as togas que usam com arrogância sejam punidos devidamente.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)