Jornal Estado de Minas

LUTO

Última homenagem ao príncipe Philip

O corpo do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, foi enterrado ontem no jazigo real da Capela de São Jorge, em Windsor, residência real a cerca de 50 quilômetros a oeste de Londres, onde seu funeral foi realizado.

Os restos mortais do duque de Edimburgo permanecerão lá até que a monarca se reúna com ele após sua morte. O casal reunido ficará então na Capela do Memorial do Rei George VI, pai de Elizabeth II.



Com honrarias militares, a cerimônia começou no Castelo de Windsor com uma breve procissão fúnebre, seguida por um serviço religioso restrito e um enterro privado.

Assim, a rainha se despediu do homem com quem esteve casada durante 73 anos, a sua "força e apoio", em um funeral sóbrio, ao estilo militar, com máscaras e poucos convidados devido à pandemia.
O ato foi iniciado com um minuto de silêncio antes do início do serviço religioso na capela gótica do século 15. Os quatro filhos e vários netos do casal real caminharam ao lado da Land Rover desenhada por Philip (um modelo modificado do Defender TD5 130, feito há 16 anos e determinando pintura em verde-oliva).

A rainha os seguiu em um carro, um Bentley oficial, com uma dama de companhia. No entanto, a monarca, que completa 95 anos na quarta-feira, sentou-se sozinha na capela para se despedir do marido, o homem com quem ela se casou ainda princesa, em 1947.

Um coro de quatro cantores apresentou temas escolhidos pelo próprio duque de Edimburgo, que morreu aos 99 anos, incluindo dois que ele encomendou aos compositores britânicos Benjamin Britten, em 1961, e William Lovelady, em 1996.



Após o funeral, presidido pelo arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual dos anglicanos, o duque foi transportado para o jazigo real da Capela de São Jorge para ser enterrado.
Philip, morto em 9 de abril, dois meses antes de seu centésimo aniversário, foi companhia constante de Elizabeth II, coroada com apenas 25 anos, em 1952, quando o Reino Unido se reconstruía após a Segunda Guerra Mundial e seu império começava a perder força.

A monarca publicou ontem uma foto comovente do casal descontraído no Parque Nacional Cairngorms da Escócia, em 2003. Imagens de momentos marcantes do casamento foram divulgadas nas redes sociais da família real.

Muitos especialistas asseguram que foi Philip quem administrou com mão de ferro uma família marcada por crises, ajudando a rainha a resistir aos escândalos.

REENCONTRO

Todos os olhares se voltaram para os príncipes William e Harry, cujas relações estão tensas, em busca de algum sinal de reconciliação. Esta foi a primeira aparição pública de Harry, de 36 anos, com a realeza desde que ele e sua esposa, Meghan, que não viajou para o Reino Unido porque está grávida, abandonaram seus deveres reais e se mudaram para a Califórnia.



Harry, entretanto, não caminhou ao lado de seu irmão, de 38 anos. Entre eles estava seu primo Peter Phillips, alimentando especulações sobre um desentendimento que persiste.
No entanto, os dois saíram conversando no final da cerimônia, acompanhados da esposa de William, Kate, em um possível sinal de reconciliação.

Coberto com sua espada, seu boné naval e seu estandarte pessoal, o caixão do duque foi transportado pela manhã por carregadores do 1º Batalhão de Granadeiros – do qual Philip foi coronel por 42 anos – da capela particular da família real para outro salão do castelo.

Antes da procissão, os guardas reais e dezenas de representantes de outros corpos militares, se posicionaram, perfeitamente alinhados, no gramado impecável do pátio central do castelo, enquanto soava a fanfarra.

Sob um sol forte, a carruagem pessoal do duque chegou ao local, puxada por seus dois pôneis. Nos degraus de acesso à capela, posicionaram-se os representantes da Cavalaria, vestidos de gala e capacetes com longas plumas. Os carregadores, então, entraram com o caixão, para a cerimônia final.

audima