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Estado de Minas editorial

Clima quente para o Brasil

Anfitrião da primeira grande conferência mundial sobre o clima, a Rio-92, o país já foi exemplo de comprometimento com a preservação do meio ambiente


17/04/2021 04:00




Um conceito representado por três letras, ESG, ganhou corações e mentes em todo o planeta. Do inglês, environmental, social and governance, a sigla é usada para medir as melhores práticas ambientais, sociais e de governança de uma administração. Apesar de ter surgido pela primeira vez em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2005, despontou, inicialmente, como mais um modismo politicamente correto empregado no meio empresarial. Mas, hoje, ninguém escapa dela. Nem pessoas, nem empresas, nem governos.

Quem não se compromete com os três fatores e não apresenta, na prática, resultados voltados a políticas de desenvolvimento sustentável, de responsabilidade social e com administração transparente e voltada à construção de um mundo mais justo para todos corre o risco de ficar para trás. É esse o perigo que corre o Brasil atualmente. Anfitrião da primeira grande conferência mundial sobre o clima, a Rio-92, o país já foi exemplo de comprometimento com a preservação do meio ambiente. Hoje, passou a ser visto como uma ameaça à humanidade.

Observe-se que, mesmo quem não cumpre as políticas preconizadas pelas três letrinhas da moda aferra-se ao discurso politicamente correto e vende, externamente, essa imagem. Esforça-se para não abrir brechas a críticas. Enquanto isso, a impressão que o mundo tem hoje do governo Bolsonaro é que aqui, deliberadamente, toca-se fogo no parquinho. E aí, os desafetos políticos valem-se de tudo para ampliar o desgaste do país.

Em agosto do ano passado, por exemplo, o presidente francês, Emmanuel Macron, postou em rede social: “Nossa casa está queimando. Literalmente. A Amazônia, pulmão do nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está em chamas. É uma crise internacional. Integrantes do G7, vamos nos encontrar em dois dias para falar dessa emergência”. Ilustrava a mensagem uma foto de incêndio na região. Mas, detalhe: feita pelo fotógrafo americano Loren McIntyre, que morreu em 2003 e esteve no Brasil na década de 1970, a serviço da National Geografic. Antes de a farsa ser descoberta, celebridades, como Leonardo Di Caprio usaram a imagem para criticar o Brasil. O estrago estava feito.

Neste momento, o presidente Joe Biden tenta fechar um acordo com o Brasil para frear o desmatamento na Amazônia. Quer apresentá-lo durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, a ser realizada de forma virtual em 22 e 23 de abril, como um trunfo americano. Em suma, o objetivo é colocar os EUA na vanguarda dos países preocupados com a questão climática, com o bem-estar do planeta e com a preservação da vida na Terra.

Um entendimento costurado por Biden pode ser um novo passo para o Brasil iniciar a volta por cima. Mas, no momento, há um impasse. Enquanto Biden cobra, antes, uma prova de empenho do país na redução das queimadas, o governo Bolsonaro quer, primeiro, receber dinheiro para pôr a política de preservação em prática. Que as divergências sejam superadas e que se chegue a um acordo justo. Países que, no processo de desenvolvimento, praticamente destruíram suas florestas têm o dever, agora, de contribuir para a preservação da Amazônia e, consequentemente, do planeta.


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