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Estado de Minas editorial

Que venha a vacina

Segundo estudo, o Brasil precisaria imunizar 2 milhões de habitantes por dia para conseguir controlar a pandemia em até um ano


06/04/2021 04:00




No país, praticamente já há unanimidade: só com vacinação em massa o Brasil conseguirá deter a escalada letal do coronavírus. Desde o início da pandemia até ontem, foram confirmados mais de 13 milhões de casos de COVID-19 e nada menos que 332.752 brasileiros perderam a vida para a doença. Acontece que, no papel, o Ministério da Saúde contabiliza mais de 500 milhões de doses de imunizante contra a doença, o que daria para imunizar, com folga, toda a população. Na realidade, contudo, a fórmula salvadora é escassa, há atraso na distribuição dos fármacos para aplicação no Distrito Federal e estados e, em consequência disso, a população enfrenta filas e lentidão para ser vacinada.

No último sábado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reafirmou a promessa de que o Brasil aplicará 1 milhão de vacinas por dia. Para este mês, disse, 30 milhões de doses estariam garantidas. Em março, no entanto, o governo federal mudou cinco vezes a previsão de entrega dos imunizantes, sempre devido a problemas com os fornecedores, uma vez que há escassez de vacinas tanto no país quanto no exterior. Uma situação bem diferente da dos Estados Unidos, onde, no último domingo, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças anunciou que, naquele dia, o país havia conseguido aplicar 4 milhões de doses contra a COVID-19 em 24 horas.

No Brasil, nem a injeção de 1 milhão de imunizantes por dia ainda é realidade, apesar de, pela primeira vez, em pleno 1º de abril, o famoso “dia da mentira”, mais de 1 milhão de brasileiros receberem uma dose de vacina. Mesmo que a promessa do ministro se torne realidade, a necessidade do país neste momento é bem maior. Segundo estudo feito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Brasil precisaria imunizar 2 milhões de habitantes por dia para conseguir controlar a pandemia em até um ano. Especialistas afirmam que a estrutura existente hoje permitiria a vacinação desse contingente diário se houvesse essa quantidade de doses disponíveis.

Com a falta de vacinas para compra no mercado internacional, o Butantan corre para tentar aprovar o primeiro imunizante nacional. O instituto concluiu a fase de experimentos em laboratório e com animais. Espera, agora, sinal verde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar, possivelmente ainda neste mês, as etapas 1 e 2 dos testes com humanos. Se tudo continuar evoluindo de forma positiva, a produção da ButanVac, como a vacina foi batizada, seria iniciada em maio. A expectativa é fabricar 40 milhões de doses até o fim deste ano. Com a vantagem de poder usar, para isso, a mesma estrutura em que o Butantan produz, atualmente, o imunizante contra a gripe.

Como o ministro Paulo Guedes e especialistas vêm cobrando com insistência, a vacina será crucial para estancar não apenas a trajetória assassina da COVID-19 no país, mas também para que a economia volte a funcionar a pleno vapor. Com a retomada do crescimento, viria também a criação de empregos. Afinal, hoje, no país, há mais de 4 milhões de brasileiros sem trabalho nem renda para levar o pão à mesa de suas famílias. Que venha, rápida e em grande quantidade, a bendita vacina.




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