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Estado de Minas EDITORIAL

Uma carta para mudar o Brasil


23/03/2021 04:00 - atualizado 22/03/2021 22:06

 Pela primeira vez, desde o início da pandemia, alguns dos mais destacados economistas, empresários, banqueiros, acadêmicos e ex-autoridades do setor público se posicionam, juntos, em defesa de políticas mais eficazes de combate ao novo coronavírus e a ações voltadas a reduzir os impactos da crise sanitária nas atividades produtivas e a mitigar o sofrimento da população mais vulnerável. Eles afirmam que a grave situação a que chegamos deve-se mais à falta de prioridade dada à vacinação do que à ausência de recursos. E o fazem em carta aberta à sociedade, divulgada no domingo, ao referendar texto antes restrito a cerca de 200 economistas, em grupos de WhatsApp. O documento traz o mais abrangente e contundente diagnóstico produzido no país até agora.

“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que, a partir de agora, as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”, dizem, no manifesto. E destacam: “Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica nas ações para lidar com a pandemia”.

Para deter a escalada da COVID-19, eles propõem quatro grandes medidas: 1) Acelerar o ritmo da vacinação; 2) Incentivar o uso de máscaras mais eficientes contra o vírus, tanto com distribuição gratuita, quanto com orientação educativa; 3) Implementar o distanciamento social, no âmbito local, com coordenação nacional; 4) Criar mecanismo de combate à pandemia em âmbito nacional, sem descartar medidas restritivas como o lockdown. “A experiência mostrou que mesmo países que optaram inicialmente por evitar o lockdown terminaram por adotá-lo, em formas variadas, diante do agravamento da pandemia – é o caso do Reino Unido, por exemplo”, sublinham.

Logo no início do texto – que nesta semana deve ser entregue aos presidentes da República, Jair Bolsonaro; da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; do Senado, Rodrigo Pacheco; e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux –, eles destacam: “O Brasil é hoje o epicentro mundial da COVID-19, com a maior média móvel de novos casos. Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda este mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde. Essa situação tem levado a mortes de pacientes na espera pelo atendimento, contribuindo para uma maior letalidade da doença”.

Entre os que subscrevem o documento estão conhecidos nomes da economia nacional, como Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real; Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF (das marcas Sadia e Perdigão); os empresários Pedro Passos, da Natura; Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; Horacio Lafer Piva, da Kablin; e Jorge Gerdau Johannpeter, do Grupo Gerdau; os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Ruben Ricupero, Maílson da Nóbrega e Marcílio Marques Moreira; os ex-presidentes do Banco Central Persio Arida, Gustavo Loyola, Affonso Celso Pastore, Armínio Fraga e Ilan Goldfajn; os banqueiros José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse no país; Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, copresidentes do conselho do Itaú Unibanco; e personalidades do mercado financeiro, como Fersen Lambranho, da GP Investiments, e Luís Stuhlberger, da Verde Asset. Caso ignore-os, o governo federal ficará cada vez mais isolado.


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