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Estado de Minas Editorial

Danos da COVID-19 a nossas crianças


09/03/2021 04:00

A pandemia do novo coronavírus provocou uma reviravolta no planeta. Apenas no Brasil, já infectou mais de 10 milhões de pessoas e matou mais de 260 mil. Sem contar os estragos na economia, com o fechamento de milhares de empresas, o desemprego em alta, a queda recorde de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB, o total das riquezas produzidas no país)... Mas há outros tipos de sequelas, que, mesmo quando essa tragédia chegar ao fim ou for controlada pela vacinação em massa, ainda levará muito tempo para que especialistas consigam mensurar. Um deles diz respeito aos danos que o isolamento social impôs e continua impingindo à saúde física, mental e comportamental de milhões de indivíduos mundo afora. Em especial, à de crianças e de adolescentes. 

Em meados do ano passado, uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que a pandemia do novo coronavírus causava ansiedade em mais da metade da população adulta do estado de São Paulo. Já neste ano, dados iniciais de um levantamento global sobre os efeitos da COVID-19, conduzido pela Universidade Estadual de Ohio, apontavam o Brasil como líder em ansiedade e depressão, na comparação com outros 10 países. 

Mais recentemente, estudo da Faculdade de Medicina da UFMG revelou que crianças e adolescentes que estão fora da escola há praticamente um ano foram os mais impactados pela COVID-19. Esse público, observou a coordenadora do levantamento, a professora Débora Miranda, do Departamento de Pediatria, apresentou sintomas como ansiedade, depressão e problemas de aprendizado. 

Na Alemanha, no mês passado, relatou o portal Deustche Welle, pediatras afirmaram que as restrições impostas pelo governo para conter a disseminação do coronavírus estavam provocando aumento de problemas de saúde e distúrbios comportamentais em crianças e adolescentes. Logo depois do alerta, a chanceler Angela Merkel reconheceu, em seu podcast semanal, ser "amargo" para quem é dessa faixa etária abrir mão de coisas tão importantes nessa fase da vida. "Estamos investindo tudo para que creches e escolas sejam reabertas em primeiro lugar, a fim de devolver às crianças um pouco de seu cotidiano usual e desafogar as famílias", prometeu. 

Segundo o DW, médicos alemães teriam sido os primeiros a chamar a atenção para os transtornos. E cita o caso do pediatra Axel Gerschlauer, que contou ter recebido no consultório, em Bonn, três jovens com graves automutilações no antebraço, nas últimas semanas antes do Natal. Era algo, explicou, que normalmente só acontecia a cada três ou seis meses. "Percebi que havia algo de muito errado", disse ao portal. Gerschlauer, que também é porta-voz da Associação Federal de Pediatras da região da Renânia do Norte, calcula que a Alemanha terá de investir muito para recuperar centenas de milhares de meninas e meninos. "Será uma tarefa gigantesca", declarou. No Brasil, o alerta da UFMG também deveria ser levado a sério pelos governantes. Antes que seja tarde. 


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