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Estado de Minas editorial

Avanço do vírus entre os jovens


07/03/2021 04:00

Nestes últimos meses, o Brasil sente as consequências das multidões que lotaram bares, boates, participaram de aglomerações na rua e de festas clandestinas no réveillon e no carnaval. O resultado foi uma alta significativa nos casos de jovens infectados pelo coronavírus. No país, há registros de avanço da doença nessa faixa etária em capitais e em muitas cidades do interior. Movidos pela crença de que nada vai acontecer com eles, devido às baixas incidências do início da pandemia, acabam circulando mais e se expondo à doença.

Muitas vezes, ressaltam especialistas, são infectados e transmitem o vírus sem saber, porque não apresentam sintomas. Com isso, põem em risco pais, avós, irmãos, companheiros, amigos, colegas de trabalho. E contribuem para essa desconcertante escalada de óbitos e casos de covid-19 verificada no país neste início de ano.

No Brasil, os primeiros a perceber a gravidade da evolução da pandemia foram profissionais que atuam em pronto-socorros em Manaus. Eles creditaram a mudança à circulação de uma nova variante do coronavírus no estado. “Sem dúvida, muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo bebês, crianças, adolescentes, mesmo sem comorbidade”, declarou a infectologista Sílvia Leopoldina ao portal UOL, em 19 de janeiro. No dia 24 do mesmo mês, o diretor científico do Hemocentro de Ribeirão Preto (SP), Rodrigo Calado, alertava para o avanço da variante de Manaus na cidade, com a infecção de um número cada vez maior de jovens.

Profissional da linha de frente no atendimento a pacientes com coronavírus, o infectologista Julival Ribeiro destaca que o aumento no contágio de jovens não acontece apenas no Brasil. “Em todo o mundo, já se observa uma mudança no perfil de infectados”, diz. Há, ainda, outro agravante, apontado pelo presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) no Distrito Federal: esse público, quando internado em unidade de terapia intensiva, leva mais tempo para se recuperar. “A mortalidade é menor, mas a recuperação é mais longa. São, pelo menos, uns três dias a mais”, afirma. E o aumento de infecções entre eles ocorre justamente em um momento de superlotação de UTIs país afora.

Ainda não há estudos epidemiológicos consolidados sobre o fenômeno no Brasil. Mas já há registros em estados, capitais e cidades do interior que sinalizam o avanço do coronavírus entre os jovens. Em Uberaba, município de Minas Gerais a 480 quilômetros de Belo Horizonte, estudo do Observatório COVID, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, constatou que o grupo mais infectado pelo vírus, no mês passado, era formado por pessoas com idade entre 20 e 29 anos, enquanto o público mais afetado pelo contágio, durante toda a pandemia em 2020, tinha entre 30 e 39 anos.

Na capital do país, durante o primeiro pico da pandemia, em agosto do ano passado, a COVID-19 tirou a vida de 21 pessoas com até 29 anos. Neste momento, quando o DF registra recorde na média de casos e óbitos, o número de mortos nessa faixa etária chegava a 51. Na última sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, apontou o Brasil como uma ameaça para o mundo inteiro. Ele afirmou que só será possível deter o avanço do coronavírus com vacinação em massa e medidas agressivas em todo o país. O recado é claríssimo. Que nossos governantes o ouçam.


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