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Estado de Minas editorial

A incógnita da volta à aulas

A proteção ainda parece longe de chegar ao pessoal da educação, em 14º lugar na escala de prioridades do Programa Nacional de Imunizações


28/02/2021 04:00

Transcorrido um ano de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Brasil, a retomada das aulas presenciais se mostra uma equação de resultado desconhecido, por cuja solução se empenham – e muitas vezes se enfrentam – governos, pais e trabalhadores do setor, além de uma maioria ainda silenciosa, mas diretamente interessada: os alunos. Autoridades organizam protocolos para a volta às salas de aula, cuja aplicação e resultados práticos são postos em dúvida inclusive por escolas, enquanto famílias se dividem entre as que defendem o retorno e as que temem seus resultados. E não parece haver consenso nem mesmo entre especialistas.
O momento de colocar de volta estudantes em pátios, salas e bibliotecas – mas também no transporte público, no transporte escolar, em restaurantes e lanchonetes e no comércio como um todo – vem opondo autoridades de diferentes níveis de governo, e às vezes dentro da mesma administração. Um debate tão mais importante e acalorado quando se constata que o país enfrenta no momento quadro pior que o instalado quando as aulas foram suspensas.
Redes de saúde perto do colapso em todas as regiões, prefeitos e governadores decretando lockdown e toques de recolher são situações que não parecem contribuir para que uma decisão seja tomada, e aceita, com a necessária tranquilidade. Entre os que defendem a possibilidade de volta às aulas presenciais, apontam-se experiências internacionais, em países como Austrália, Inglaterra, Estados Unidos e Israel, que indicariam a baixa vulnerabilidade à infecção no ambiente escolar. Quem teme pelas consequências tende a argumentar que a realidade brasileira é bem diferente da vivida por esses países.
 
Por trás da busca de resultado para uma conta que envolve interesses, dúvidas e temores está uma incógnita que é comum a toda a população brasileira: a vacina. O país convive com taxa de imunização próxima de 3% – e ainda assim considerada apenas a primeira dose do imunizante. Por esse motivo, a proteção ainda parece longe de chegar ao pessoal da educação, que figura em 14º lugar na escala de prioridades do Programa Nacional de Imunizações. À frente estão grupos como o pessoal da saúde, idosos em diferentes faixas etárias, indígenas, pessoas com deficiência e comorbidades, quilombolas e forças de segurança.
 
Sindicatos dos professores, como o de Minas e o do Distrito Federal, deixam claro que não estão dispostos a aceitar retorno sem proteção. No caso dos educadores mineiros, inclusive, uma liminar impede a volta na rede estadual, embora o governo tenha sinalizado que não pretende vincular o retorno à vacinação dos trabalhadores, e tenha liberado a retomada presencial escalonada a partir de 1º de março nos municípios que estiverem em fases menos restritivas do programa de flexibilização da atividade econômica.
 
Mesmo que garantida a imunização aos trabalhadores da área, coloca-se imediatamente outra questão: e a proteção aos próprios estudantes e àqueles com os quais têm contato? Bom lembrar que nessa lista, além dos familiares próximos, está toda uma cadeia produtiva que gira em torno do ambiente da educação e que voltará a ser movimentada com a retomada das aulas.
 
São tantas as questões em aberto que, apesar da aproximação do mês de março, apontado por alguns governos como marco para a retomada do modelo presencial de ensino, uma solução parece ainda distante de ser alcançada. E, ainda que a volta à rotina por parte dos estudantes seja vista como urgente até mesmo por profissionais de saúde, a delicadeza do tema exige debate sereno, embasamento na ciência e moderação – tanto dos mais afoitos pelo retorno quanto dos mais avessos ao tema. Variáveis que parecem indicar que essa é uma equação longe de ser solucionada, como a própria pandemia.


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