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Reconhecimento de ser quem é

As pessoas trans têm quatro vezes mais sintomas depressivos e uma maior taxa de tentativa de suicídio


28/01/2021 04:00

Beatriz Santana Soares Rocha
Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (Sbem-MG)


A personagem Ivana, que se identifica como Ivan na novela global A força do querer, retrata o drama vivido por milhares de brasileiros que não se identificam com o sexo designado ao nascer, baseado exclusivamente nos órgãos genitais externos. A identidade de gênero é uma autopercepção de se reconhecer homem, mulher, não binário ou uma combinação de gênero. O transgênero não se reconhece no sexo de nascimento. No Brasil, 29 de janeiro, amanhã, é dedicado ao Dia da Visibilidade Trans, data criada em 2004 para estimular a reflexão sobre as conquistas alcançadas, mas, principalmente, sobre a necessidade do aprimoramento da atenção à saúde e da promoção de inclusão social, com garantias de todos os direitos, incluindo educação e trabalho.

Quando o assunto é saúde, a hormonização cruzada é uma das etapas da transição de gênero, processo desejável para a maioria das pessoas trans. A técnica permite ao corpo se alinhar com seu gênero de identificação. A especialidade médica mais capacitada para conduzir esse tratamento com segurança e eficácia é a endocrinologia.

A terapia hormonal pode afetar diferentes partes do corpo e da psique, por isso o acompanhamento médico é tão necessário. Muitas pessoas fazem a hormonização sem orientação médica especializada e integrada, expondo-se a graves riscos de saúde, como trombose, embolia pulmonar, câncer de fígado, inclusive, podendo morrer. As doses exageradas também podem acarretar outros problemas, como a hipertensão e o aumento do colesterol ruim. Quem se submete a esses perigos justifica o ato com a dificuldade de encontrar centros de atendimento adequados e com a falta de profissionais aptos para o tratamento.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), engajada na causa LGBT, criou a Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão (CDEI) para propagar o tema e capacitar os associados em um atendimento, cada vez mais, adequado às pessoas trans, com o respeito e a valorização merecidos. A entidade é formada por médicos, mas, acima de tudo, por cidadãos focados em melhorar as políticas de saúde e sociais, eliminando qualquer tipo de preconceito. Esse é o primeiro passo de muitos que serão dados pela Sbem ao lado das pessoas trans.

Os desafios não estão apenas no tratamento hormonal. As pessoas trans têm quatro vezes mais sintomas depressivos e uma maior taxa de tentativa de suicídio (cerca de 40%). A discriminação e a violência são as principais causas. Elas também são responsáveis por colocar o Brasil, pelo 13º ano consecutivo, no topo do ranking de assassinatos de pessoas trans, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). É necessário adotar medidas públicas emergenciais para conter os altos índices de violência contra os trans.

A Sbem acredita em um Brasil em que o respeito começa dentro de cada um, fazendo a sua parte e na sua área de atuação. Aceitar o outro como ele se reconhece é um grande passo para uma sociedade com equidade e inclusão social.


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