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As falsas esperanças nas plásticas

O boom das redes sociais foi o principal responsável pelo aumento da demanda por cirurgias plásticas


08/01/2021 04:00

Pedro Henrique Oliveira
Cirurgião plástico e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Diante de um público modesto que se acomodava num auditório, em 14 de junho de 1999, Ivo Pitanguy afirmou que "a cirurgia plástica tem um papel importante na harmonização do corpo com o espírito, no alcance do bem-estar. Mas não deve ser confundida com a salvação para insatisfações da mente humana". O "rei da cirurgia plástica" – como foi chamado pela New York Magazine – ainda acrescentou que, com a massificação da televisão e outros meios de comunicação, os grupos passaram a duvidar de seus conceitos de beleza, porque não estão mais sozinhos. Passadas duas décadas, a fala de Pitanguy permanece atual. Entretanto, a diferença é que, hoje, há uma gama muito maior de meios de comunicação valorizando a imagem a partir de padrões de beleza preestabelecidos.

Nos últimos anos, o boom das redes sociais foi o principal responsável pelo aumento da demanda por cirurgias plásticas, principalmente, no Brasil. Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), divulgado em dezembro de 2019, registrou mais de 1.498.000 cirurgias e cerca de 969 mil procedimentos estéticos não cirúrgicos em 2018.

O Brasil ultrapassou os EUA com esses dados e se tornou o líder do ranking mundial de cirurgias plásticas. Outro fenômeno também interessante e muito observado é o crescimento no número de adolescentes se submetendo a esses procedimentos. A busca por intervenções cirúrgicas entre jovens de 13 a 18 anos aumentou 141% desde 2010.

Se, antes, a plástica era restrita a determinados grupos, hoje, a realidade é bem diferente. Cada vez mais grupos diversificados de pessoas querem cirurgias e procedimentos estéticos não cirúrgicos para melhorar a aparência física.

Os procedimentos focados em rejuvenescimento facial, como o lifting facial e de sobrancelha, cirurgia de queixo, nariz, lifting de testa e implantes, por exemplo, são os mais procurados entre quem tem mais de 60 anos. O público mais jovem prefere a mamoplastia de aumento com implantes de silicone, aplicação de toxina botulínica e preenchedores com ácido hialurônico, principalmente para realçar o queixo e a mandíbula.

A atenção deve ser redobrada com os jovens, pois estão se tornando independentes cada vez mais cedo, situação que, somada ao bombardeio de informações na internet e nas redes sociais, acaba despertando o interesse em recorrer à cirurgia plástica.

É importante o jovem estar bem orientado em relação ao procedimento e ter certeza sobre a vontade e os motivos para uma intervenção, pois as cirurgias plásticas não apresentam soluções milagrosas para uma aparência física inédita. E, como concluiu Pitanguy em sua palestra, nem sempre os traços de um grupo de pessoas caem bem em outros grupos. Cabe, portanto, aos cirurgiões plásticos o "papel de buscar o equilíbrio em cada grupo, em cada padrão".


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