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Estado de Minas editorial

O dilema da Amazônia

O Brasil poderá perder relevantes parceiros comerciais e ver os mercados externos se fecharem a seus produtos


05/12/2020 04:00

A semana foi marcada por más notícias na área ambiental, com a divulgação, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de que o desmatamento na Amazônia avançou 9,5% de agosto do ano passado a julho deste ano, o que representa a derrubada de 11.088 quilômetros quadrados (km2) de floresta. O levantamento mostra que o Brasil deixou de cumprir a meta estipulada pelo Plano Nacional de Mudança Climática, que previa no máximo 3.925 km2 de mata jogada ao chão em 2010. Também, praticamente inviabiliza o compromisso assumido no Acordo de Paris, tratado que rege medidas de redução de emissão de gases estufa a partir de 2020, a fim de conter o aquecimento global.
 
Em meio a essa devastação recorde, ambientalistas denunciam que os autos de infração do Ibama na região amazônica despencaram 42% no mesmo período em que o desmatamento alcançou seu maior índice desde 2008. Isso demonstra, na avaliação dos defensores do meio ambiente, o desmanche de órgãos de fiscalização e controle como o Ibama e o ICMBio patrocinado pelo governo federal. A realidade é que as multas aplicadas pelo Ibama diminuíram desde maio, mês em que o instituto perdeu o controle sobre as ações de combate ao desmatamento.
 
A responsabilidade pela fiscalização das derrubadas ilegais da mata na Amazônia passou para o Exército, que deslocou 3.400 de seus integrantes para as tarefas que eram desempenhadas pelos fiscais do Ibama. Na avaliação de ambientalistas, o número baixo de infrações durante o período em que os militares estão na região evidencia o pouco êxito da Operação Verde Brasil 2, comandada pelo vice-presidente Hamilton Mourão. O próprio Exército, segundo alguns especialistas, já teria chegado à conclusão de que o melhor caminho é o fortalecimento de órgãos como o Ibama e ICMBio, o que proporcionaria uma melhor atuação conjunta.
 
No anúncio do desmatamento recorde, Mourão foi claro ao dizer que não estava "comemorando nada", o que não deixou de surpreender, pois vai de encontro às repetidas declarações de membros do governo que tentam minimizar, sempre que podem, o avanço descontrolado da derrubada da floresta amazônica. Disse, ainda, que o combate ao desmatamento ilegal começou tarde neste ano. "Temos de chegar no momento em que o único desmatamento seja aquele compreendido pela nossa legislação", destacou.
 
O país só tem a ganhar quando governantes compreendem a dimensão e a importância da Amazônia. A questão não é só ambiental. É também um grande problema econômico, pois o Brasil poderá perder relevantes parceiros comerciais e ver os mercados externos se fecharem a seus produtos. E não é nada disso que o país precisa em momento tão difícil em meio à pandemia do novo coronavírus.


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